Claudio Macedo
01/10/2015

Esquema da bateria de fluxo por Nick B/Creative Commons
Esquema da bateria de fluxo. [1]

O custo de produção da energia fotovoltaica (solar) e da energia eólica caiu muito nos últimos anos. Atualmente, uma das maiores barreiras para a aumentar a participação dessas fontes renováveis de eletricidade nas matrizes energéticas é a sua intermitência, isto é, ausência de geração de energia quando está escuro ou quando está sem vento.

As baterias fornecem um meio de armazenar energia elétrica, assim, em princípio, o armazenamento de energia fotovoltaica e eólica em baterias poderia resolver o problema de desencontro entre a oferta intermitente desses recursos renováveis e a demanda real.

Isso não tem sido possível de ser feito de forma eficiente utilizando baterias convencionais. Elas têm baixa potência, custos elevados e insegurança quanto à toxidade.

Grupo de pesquisa norte-americano [2] desenvolveu uma nova bateria do tipo conhecido como “bateria de fluxo”, que utiliza moléculas orgânicas de elementos abundantes na natureza. Trata-se de uma bateria segura, por não usar substâncias tóxicas, inflamáveis ou corrosivas, e, além disso, barata [3].

Nas baterias de fluxo, os componentes não são todos colocados juntos dentro da bateria. O poder de armazenamento, definido por dois líquidos conhecidos como eletrólitos, é separado dos eletrodos necessários para acioná-lo. A capacidade de armazenamento de energia da bateria pode ser aumentada simplesmente aumentando a quantidade de eletrólitos armazenados em tanques externos.

Se a nova bateria de fluxo for realmente barata, pode-se prevê seu uso imediato em instalações de geração de energia elétrica, solar e eólica, e, também, em instituições, que pagam energia elétrica não só pelo consumo de quilowatts-hora, mas, também, pelo pico de consumo. Ao instalar baterias desse tipo, essas instituições podem reduzir os seus custos, pois poderão deixar de pagar pelo pico de consumo, fazendo armazenamento de energia em horários de menor consumo.

[1] Crédito da imagem: Nick B / Creative Commons (CC BY-SA 3.0). URL: https://commons.wikimedia.org/wiki/File%3ARedox_Flow_Zelle_Deutsch_Farbverlauf.png.

[2] Instituição: Harvard University (USA).

[3] K Lin et al. Alkaline quinone flow battery. Science 349, 1529 (2015).

Como citar este artigo: Claudio Macedo. Bateria de fluxo. Saense. URL: http://www.saense.com.br/2015/10/bateria-de-fluxo/. Publicado em 01 de outubro (2015).

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