Marco Túlio Chella
21/04/2017

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O resultado de um projeto agrícola está condicionado a como se trata um conjunto de fatores inter-relacionados. Para uma plantação é importante saber qual semente é mais adequada para um determinado tipo de solo e condição atmosférica, qual o momento de plantar, o tipo de fertilizante a ser aplicado e quando deve ser aplicado, o volume de água para irrigação, somente para citar algumas variáveis.

Tradicionalmente o agricultor toma decisões associando sua experiência a um conjunto pequeno de dados, como a análise do solo de apenas alguns poucos pontos e previsões meteorológicas.

De acordo com a FAO (Food and Agriculture Organization of the United Nations) [2] o mundo precisa aumentar a produção de alimentos em 70% para atender uma população mundial prevista de 9,6 bilhões em 2050, e deve atingir esse objetivo por meio de melhoramentos na cadeia de produção e consumo.

Para tratar esse desafio o agronegócio deve incorporar ferramentas e técnicas particularmente as tecnologias digitais e da informação. O emprego integrado dessas tecnologias ainda está na fase inicial e tem sido reconhecida como agricultura de precisão ou inteligente.

A agricultura de precisão de forma geral adota os mesmos conceitos de outras aplicações que empregam dispositivos conectados em rede como as cidades, carros e casas inteligentes.

O ecossistema para agricultura de precisão é bastante complexo e demanda um conjunto de provedores de tecnologias que forneçam sensores específicos, conectividade para rede sem fio, sistema para decisão e análise de dados, tratores com sistemas de navegação automatizados e profissionais capacitados na integração de sistemas.

Algumas empresas já oferecem soluções com redes de sensores distribuídos para plantação capazes de capturar grandezas como temperatura, umidade do solo e ar, e nível de acidez do solo. Atuadores podem ajustar a irrigação e aplicação de produtos químicos na quantidade adequada resultando em economia de recursos financeiros, naturais e energético.

Sensores implantados em animais de um rebanho podem fornecer informações individuais em tempo real sobre sua localização, o quanto ele se movimenta ao longo dia, informações biológicas como temperatura e outros indicadores do estado de saúde. Problemas com alimentação e doenças podem ser rapidamente detectados e tratados evitando prejuízos.

A IoT ao conectar sensores e atuadores específicos para aplicações no agronegócio pode propiciar uma visão multidimensional e integrada das diversas variáveis envolvidas oferecendo ao produtor rural uma ferramenta poderosa no auxílio a decisão o que pode resultar em maior produtividade com menor comprometimento do meio ambiente.

[1] Crédito da imagem: Hinweise zur Weiternutzung / Creative Commons (CC BY-SA 3.0). URL: https://de.wikipedia.org/wiki/Vertical_Farming#/media/File:Tomato_P5260299b.jpg.

[2] FAO. How to Feed the World in 2050. URL: http://www.fao.org/fileadmin/templates/wsfs/docs/expert_paper/How_to_Feed_the_World_in_2050.pdf. Acesso: 19 de abril (2017).

Como citar este artigo: Marco Túlio Chella. IoT e o agronegócio. Saense. URL: http://www.saense.com.br/2017/04/iot-e-o-agronegocio/. Publicado em 21 de abril (2017).

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