ESO
09/03/2018

Novos dados obtidos com o ALMA e outros telescópios foram utilizados para criar esta imagem de uma teia de filamentos na Nebulosa de Orion.

Esta imagem incomum mostra parte da famosa Nebulosa de Orion, uma região de formação estelar situada a cerca de 1350 anos-luz de distância da Terra. Este mosaico combina imagens obtidas na região do milímetro pelo Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA) e pelo telescópio IRAM de 30 metros (em vermelho) com uma vista no infravermelho, mais familiar, obtida pelo instrumento HAWK-I montado no Very Large Telescope do ESO (em azul). O brilhante grupo de estrelas azuis-esbranquiçadas — à esquerda — é o Aglomerado do Trapézio, composto por estrelas quentes jovens com apenas alguns milhões de anos de idade.

As estruturas finas observadas nesta enorme imagem são longos filamentos de gás frio, visíveis apenas com telescópios que observem nos comprimentos de onda milimétricos. Estas estruturas são invisíveis tanto no óptico como no infravermelho, o que faz do ALMA um dos poucos instrumentos disponíveis para as estudar. Este gás dá origem a estrelas recém nascidas — colapsa gradualmente sob a força da sua própria gravidade até que se encontra suficientemente denso para formar uma protoestrela — a percursora de uma estrela.

Os cientistas que colectaram os dados a partir dos quais se criou esta imagem estavam estudando estes filamentos para aprender mais sobre a sua estrutura e formação. Os pesquisadores utilizaram o ALMA para procurar assinaturas de N2H+, um gás que faz parte destas estruturas. Através deste estudo, a equipe conseguiu identificar uma rede de 55 filamentos.

A Nebulosa de Orion é a região mais próxima da Terra que apresenta formação estelar massiva e é por isso estudada com grande detalhe pelos astrônomos que procuram compreender melhor como é que as estrelas se formam e evoluem nos seus primeiros milhões de anos. Os telescópios do ESO observaram já por diversas vezes esta interessante região. Para saber mais sobre descobertas anteriores consulte estes links: eso1723eso1723aOrion.

A imagem combina um total de 296 conjuntos de dados individuais obtidos pelos telescópios ALMA e IRAM, sendo por isso uma das maiores imagens de alta resolução nos comprimentos de onda milimétricos obtida até agora para uma região de formação estelar [1]. [2]

[1] Mosaicos anteriores de Orion obtidos na região do milímetro fizeram uso de telescópios de antena parabólica única, como o APEX. As novas observações do ALMA e do IRAM usam interferometria para combinar os sinais captados por múltiplas antenas separadas, de modo a criar imagens com muito mais detalhe.

[2] Esta notícia científica foi traduzida por Margarida Serote (Portugal) e adaptada para o português brasileiro por Gustavo Rojas.

Como citar esta notícia científica: ESO. ALMA revela teia interna em maternidade estelar. Tradução de Margarida Serote e Gustavo Rojas. Saense. http://www.saense.com.br/2018/03/alma-revela-teia-interna-em-maternidade-estelar/. Publicado em 09 de março (2018).

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