ESA
10/04/2018

Sistema Arp 256. [1]
Galáxias não são ilhas estáticas de estrelas – elas são dinâmicas e em permanente mudanças, constantemente em movimento através da escuridão do Universo. Às vezes, como visto nesta imagem espetacular do Hubble de Arp 256, as galáxias podem colidir em um choque de proporções cósmicas.

A 350 milhões de anos-luz de distância, na constelação de Cetus, um par de galáxias espirais barradas acaba de começar uma magnífica fusão. Esta imagem as suspende em um único momento, congelando a pulverização caótica de gás, poeira e estrelas levantadas pelas forças gravitacionais que puxam as duas galáxias juntas.

Embora seus núcleos ainda estejam separados por uma grande distância, as formas das galáxias no Arp 256 são impressionantemente distorcidas. A galáxia na parte superior da imagem contém caudas de maré muito pronunciadas – longas fitas estendidas de gás, poeira e estrelas.

As galáxias estão em chamas com deslumbrantes regiões de formação estelar: os brilhantes fogos de artifício azuis são berçários estelares, produzindo estrelas infantis quentes. Essas rajadas vigorosas de vida nova são desencadeadas pelas interações gravitacionais massivas, que provocam gás interestelar e poeira de onde nascem as estrelas.

O Arp 256 foi catalogado pela primeira vez por Halton Arp em 1966, como uma das 338 galáxias apresentadas no apropriadamente chamado Atlas das Galáxias Peculiares. O objetivo do catálogo foi apresentar exemplos das estruturas estranhas e maravilhosas encontradas entre as galáxias próximas, para fornecer instantâneos de diferentes fases da evolução galáctica. Essas galáxias peculiares são como um experimento natural executado em uma escala cósmica e, catalogando-as, os astrônomos podem entender melhor os processos físicos que distorcem as galáxias espirais e elípticas em novas formas.

Muitas galáxias nesse catálogo são galáxias anãs com estruturas indistintas, ou galáxias ativas gerando jatos poderosos — mas um grande número de galáxias estão interagindo, como Messier 51, Antena e Arp 256. Tais interações frequentemente formam caudas de maré semelhantes a flâmulas como visto em Arp 256, bem como pontes de gás, poeira e estrelas entre as galáxias.

Há muito tempo atrás, quando nosso universo em expansão era muito menor, as interações e fusões eram mais comuns; na verdade, considera-se que elas ​​conduziram a evolução galáctica para os dias atuais. As galáxias do sistema Arp 256 continuarão sua dança gravitacional nos próximos milhões de anos, a princípio flertando e depois íntimas, antes de finalmente se transformar em uma única galáxia.

Esta imagem espetacular foi obtida pela Advanced Camera for Surveys (ACS) do Hubble e pela Wide Field Camera 3 (WFC3). É uma nova versão de uma imagem já lançada em 2008 que fazia parte de uma grande coleção de 59 imagens de galáxias em processo de fusão tiradas para o 18º aniversário do Hubble. [2]

[1] Crédito da imagem: NASA, ESA.

[2] Esta notícia científica foi traduzida por Claudio Macedo.

Como citar esta notícia científica: ESA. Um choque galáctico peculiar. Tradução de Claudio Macedo. Saense. http://www.saense.com.br/2018/04/um-choque-galactico-peculiar/. Publicado em 10 de abril (2018).

Notícias científicas da ESA Home