ESO
24/01/2019

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O trabalho relativo à óptica elaborada do Extremely Large Telescope de 39 metros do ESO (ELT) deu um grande passo em frente no seguimento da moldagem, ceramização, recozimento, usinagem e condicionamento ácido do substrato para o espelho secundário do ELT, o M2. Este espelho de 3 toneladas foi fabricado a partir de um material cerâmico de baixa expansão chamado ZERODUR® pela empresa alemã SCHOTT [2], encontrando-se agora quase na sua forma final. A criação desta obra-prima tecnológica tratou-se de um processo desafiador, necessitando de máquinas CNC de vanguarda para o polimento correto do espelho. Agora, empacotado de forma segura numa caixa de transporte enorme, o espelho quase final está a ser enviado para França para ser finamente polido pela Safran Reosc.

Apesar de ser um espelho secundário, o M2 tem o diâmetro impressionante de 4,25 metros — maior que o espelho primário de muitos telescópios astronômicos que se encontram atualmente em operação. Após os 16 meses de fabrico cuidado na SCHOTT, o M2 irá agora receber os toques finais — mais precisamente, o polimento final — na Safran Reosc. A companhia francesa polirá toda a superfície óptica do espelho com uma precisão de 15 nanômetros, sendo posteriormente aplicada pelo ESO uma camada final de prata refletora, assim como uma camada protetora muito fina de óxido de silício, o que será feito numa infraestrutura de revestimento do Observatório do Paranal do ESO, no Chile.

O M2 será o maior espelho secundário alguma vez construído para um telescópio e será também o maior espelho convectivo alguma vez produzido. O fabrico de um tal espelho altamente convexo é bastante complexo — e o resultado constituirá um exemplo verdadeiramente notável de engenharia óptica pioneira. O espelho secundário e o seu sistema de suporte — o qual pesará 12 toneladas — ficarão pendurados de cabeça para baixo por cima do espelho primário de 39 metros do ELT.

[1] Crédito da imagem: SCHOTT .

[2] O vidro cerâmico ZERODUR® foi originalmente desenvolvido para telescópios astronômicos nos finais da década de 1960. Este material não apresenta praticamente nenhuma expansão térmica, o que significa que mesmo nos casos de enormes flutuações de temperatura, o material não se expande. Quimicamente, é um material muito resistente, podendo por isso ser polido até atingir um elevado grau de acabamento. A camada refletora, de alumínio ou prata, é normalmente vaporizada na superfície extremamente polida do espelho pouco antes do telescópio começar as operações. Muitos telescópios conhecidos com espelhos de ZERODUR® têm vindo a operar com sucesso desde há várias décadas, incluindo o Very Large Telescope do ESO, situado no topo do Cerro Paranal no Chile.

Como citar esta notícia científica: ESO. Maior espelho convexo do mundo pronto para acabamentos finais. Saense. http://www.saense.com.br/2019/01/maior-espelho-convexo-do-mundo-pronto-para-acabamentos-finais/. Publicado em 24 de janeiro (2019).

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