Jornal da USP
20/11/2020

(José Carlos Passini, Pxhere, CC0 Domínio público)

Jornal da USP no Ar de hoje (17) recebeu Tainá Bittencourt, pesquisadora do Centro de Estudos da Metrópole (CEM) da USP, para tratar sobre pesquisa que mapeia a desigualdade na mobilidade na cidade de São Paulo, projeto que consta do Mapa da Desigualdade 2020, realizado pela Rede Nossa São Paulo e pelo Programa Cidades Sustentáveis. 

Alguns indicadores da pesquisa revelam dados preocupantes: apenas 18% da população paulistana reside em um raio de até 1 km de estações de transporte de alta capacidade (trens, Metrô, monotrilhos), apesar de o transporte público ser usado por 56,5% das pessoas nos deslocamentos motorizados. Já a média de tempo gasto no transporte público é de 56 minutos. 

Tainá reforça que esses dados revelam a média e que existe uma desigualdade no sistema de deslocamentos, principalmente quanto ao acesso a transporte público de alta capacidade, o que, segundo ela, está relacionado a diferentes variáveis. Ela exemplifica comparando o uso do transporte por pessoas moradoras do centro e da periferia. “No centro, vemos uma relação mais clara de escolha do transporte público, em razão da infraestrutura do transporte público. Nas periferias, vemos uma relação de dependência do transporte público: não há como se deslocarem de outro modo”, completa. 

Além da estrutura irregular, a pesquisadora ressalta a importância de mais conexões e integrações de transportes e modos, a fim de garantir estrutura e rede de modo mais seguro. “Mas, para isso funcionar, é preciso de coordenação operacional e financeira dos sistemas: precisa-se de mais frequência das linhas, mas não fazendo com que os trabalhadores paguem muito mais, que é o que vemos aqui hoje”, explica. 

Ouça a íntegra da entrevista no player. 

Como citar esta notícia: Jornal da USP. Estudo mapeia desigualdade na mobilidade em São Paulo. Saense. https://saense.com.br/2020/11/estudo-mapeia-desigualdade-na-mobilidade-em-sao-paulo/. Publicado em 20 de novembro (2020).

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