ESA
07/04/2018

A magnífica galáxia espiral NGC 3344. [1]
Galáxias espirais são algumas das vistas mais espetaculares do céu, mas para um observador elas não parecem todas iguais. Algumas são vistas de perfil, dando aos astrônomos uma excelente ideia da estrutura vertical da galáxia; outros são vistos em um ângulo, fornecendo uma sugestão do tamanho e estrutura dos braços espirais; enquanto outros são vistos de frente, exibindo seus braços e núcleo brilhante em toda a sua beleza.

A aproximadamente 20 milhões de anos-luz de distância, na constelação de Leo Minor (Leão Menor), a NGC 3344 é vista de uma perspectiva frontal de tirar o fôlego. Metade do tamanho da Via Láctea, é classificada como uma galáxia espiral barrada. A barra central é apenas visível nesta imagem, tirada com a Wide Field Camera 3  do Hubble: uma faixa alongada de estrelas, seguindo o núcleo da galáxia. Os astrônomos estimam que dois terços de todas as galáxias espirais são barradas, incluindo a nossa própria Via Láctea.

A capacidade do Hubble de observar objetos celestes em diferentes comprimentos de onda nos permite ver mais do que apenas os braços espirais que varrem frouxamente ao redor do centro em um lindo redemoinho. Esta imagem é um composto de imagens obtidas através de diferentes filtros, que vão desde o ultravioleta próximo, ao óptico e ao infravermelho próximo. Juntas, elas mostram uma imagem mais completa da galáxia do que o olho humano sozinho poderia ver.

O turbilhão de braços espirais são o berço de novas estrelas, cujas altas temperaturas as fazem brilhar de azul, o que as torna facilmente identificáveis ​​nessa imagem. Nuvens de poeira e gás distribuídas pelos braços espirais — vermelho brilhante nesta imagem — são reservatórios de material para ainda mais estrelas. As estrelas brilhantes como joias à esquerda da imagem, no entanto, estão muito mais próximas da Terra — elas pertencem à nossa própria galáxia e apenas foram fotografadas nesta imagem do Hubble.

Enquanto sua orientação frontal revela muito sobre a estrutura detalhada da NGC 3344, esta galáxia ainda é enigmática; astrônomos notaram que algumas de suas estrelas externas estão se movendo de uma maneira estranha. Muitas vezes, a alta concentração de estrelas no centro de uma galáxia pode afetar os movimentos das estrelas externas, mas isso não parece ser o caso da NGC 3344. Os astrônomos suspeitam que essas estrelas externas que se comportam estranhamente possam ter sido roubadas de outra galáxia, depois de um encontro próximo que ocorreu há muito tempo.

A localização da NGC 3344 também é intrigante. Nossa galáxia faz parte do Grupo Local, que é composto de aproximadamente 40 outras galáxias, com a Galáxia de Andrômeda sendo o maior membro. Mas a NGC 3344 não faz parte de uma vizinhança galáctica local como nós. É na verdade parte de um pequeno esporão que leva ao largo Superaglomerado de Virgem — uma coleção gigantesca de vários milhares de galáxias.

Mas destaca-se destes milhares de galáxias por causa de sua beleza, que destaca para nós a elegância do Universo. [2]

[1] Crédito da imagem: NASA, ESA.

[2] Esta notícia científica foi traduzida por Claudio Macedo.

Como citar esta notícia científica: ESA. Uma beleza solitária. Tradução de Claudio Macedo. Saense. http://www.saense.com.br/2018/04/uma-beleza-solitaria/. Publicado em 07 de abril (2018).

Notícias científicas da ESA Home