ESA
08/11/2018

Auroras em Urano. [1]
No primeiro dia da 15ª edição anual da Semana Europeia do Clima Espacial, esta imagem do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA mostra uma notável ocorrência do clima celestial nos confins do Sistema Solar: uma aurora em Urano.

As auroras, também conhecidas como luzes polares, são um tipo relativamente familiar de clima espacial para os astrônomos baseados na Terra, mas também foram observadas em muitos outros planetas do Sistema Solar.

As observações das luzes do norte e do sul da Terra mostram folhas radiantes e ondulantes de luz brilhante, pintando o céu em impressionantes tons de verde e até vermelho, azul e púrpura; estas paisagens de tirar o fôlego são criadas à medida que correntes de partículas energéticas carregadas atingem as camadas superiores da atmosfera da Terra, em altitudes de até algumas centenas de quilômetros, e interagem com átomos e moléculas residentes, principalmente oxigênio e azoto. Estes emitem fotões em comprimentos de onda ou cores específicas visíveis – verde e vermelho para oxigênio, azul e roxo para azoto – e enchem o céu com um misterioso brilho auroral.

O Hubble observou auroras em Urano em várias ocasiões: em 2011, quando o telescópio se tornou o primeiro a fotografar o fenômeno a partir dos arredores da Terra e, então, novamente em 2012 e 2014, levando os dados extra além da luz visível.

Ao apontar o olho ultravioleta de Hubble em Urano duas vezes durante o mesmo mês, de 1 a 5 e 22 a 24 de novembro de 2014, os cientistas foram capazes de determinar que as auroras cintilantes do planeta giravam juntamente com o planeta. As observações também ajudaram a localizar os polos magnéticos de Urano e permitiram aos cientistas monitorizar dois chamados choques interplanetários, que se propagaram através do Sistema Solar. Esses choques foram desencadeados por duas rajadas poderosas de material lançadas pelo Sol através do vento solar, um fluxo contínuo de partículas carregadas emanando constantemente da nossa estrela, e causando as auroras mais intensas já vistas em Urano.

Esta imagem, originalmente publicada em 2017, mostra as auroras como manchas brancas contra o disco azul celeste do planeta e combina observações óticas e ultravioletas do Hubble com dados do arquivo da sonda Voyager 2 da NASA. A Voyager 2 foi a primeira e única nave espacial a visitar os planetas mais externos do Sistema Solar; voou além de Urano, em janeiro de 1986, e depois de Neptuno, em agosto de 1989. Estes planetas gelados não foram visitados desde então. A NASA e a ESA estudam uma possível missão conjunta que visaria os dois planetas gigantes de gelo, a fim de explorar o seu intrigante papel no nosso sistema planetário.

A Semana Europeia do Clima Espacial decorre de 5 a 9 de novembro de 2018 e reúne engenheiros, cientistas, especialistas e profissionais de todo o continente para trocar novidades, ideias e estratégias sobre o clima espacial e proteger o ambiente cósmico da Terra.

[1] Crédito da imagem: ESA/Hubble & NASA, L. Lamy / Observatoire de Paris.

Como citar esta notícia científica: ESA. Luzes polares em Urano. Saense. http://www.saense.com.br/2018/11/luzes-polares-em-urano/. Publicado em 08 de novembro (2018).

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