Portal de Periódicos da CAPES
05/11/2019

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Aproximadamente 168 mil mortes por ano no Brasil são atribuíveis ao excesso de peso e à obesidade – é o que aponta estudo inédito publicado em 17 de outubro pela revista científica Preventing Chronic Disease. O título do Centro de Controle e Prevenção de Doenças de Atlanta (em inglês, Center for Deasese Control and Prevention – CDC) faz parte do acervo do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES).

A investigação estimou a proporção de mortes por doenças não transmissíveis que poderiam ser evitadas com a redução do índice de massa corporal (IMC) da população. “Pessoas com o IMC alto apresentam risco aumentado para diversas patologias crônicas, como doenças cardiovasculares, diabetes, doenças respiratórias e câncer. No Brasil, essas doenças representam 75% de todas as causas de morte atuais”, conta Leandro Rezende, ex-bolsista da CAPES e professor do Departamento de Medicina Preventiva da Escola Paulista de Medicina da UNIFESP.

Para estimar o IMC da população brasileira, os autores utilizaram dados da Pesquisa Nacional de Saúde, conduzida pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em 2013, mais de 40% da população brasileira já apresentava excesso de peso (IMC 25≥ kg/m2). De acordo com Rezende, foram considerados três diferentes cenários. No primeiro panorama, observou-se que, se a população brasileira adulta tivesse o IMC de 22kg/m2 (ou seja, se não houvesse excesso de peso/obesidade), aproximadamente 168 mil mortes por ano no Brasil seriam evitadas.

“Esse número representa cerca de 25% das mortes pelas principais patologias crônicas (doenças cardiovasculares, respiratórias e câncer) e 15% de todas as mortes ocorridas. A maior parte das mortes evitáveis seria por doenças cardiovasculares (106.307), seguidas por doenças respiratórias (33.471) e câncer (28.653)”, indica o autor.

No segundo cenário, os cientistas levantaram quantas mortes seriam evitadas se o IMC da população fosse o mesmo de 2002/2003. Nesse quadro, constataram que aproximadamente 65 mil mortes seriam evitadas, representando 10% das mortes pelas principais doenças crônicas e 5,8% das mortes por todas as causas. Por fim, o terceiro cenário estimou a redução de uma unidade do IMC (1Kg/m2) na população, o que evitaria cerca de 30 mil mortes, representando 4,6% dos óbitos pelas principais doenças crônicas e 2,7% das mortes por todas as causas.

Para ter acesso aos resultados completos do estudo, os usuários podem acessar o artigo científico Deaths Attributable to High Body Mass in Brazil. [2]

[1] Imagem de happyveganfit por Pixabay.

[2] Esta notícia científica foi escrita por Alice Oliveira dos Santos.

Como citar esta notícia científica: Portal de Periódicos da CAPES. Brasil registra 168 mil mortes por ano atribuíveis ao excesso de peso e à obesidade. Texto de Alice Oliveira dos Santos. Saense. https://saense.com.br/2019/11/brasil-registra-168-mil-mortes-por-ano-atribuiveis-ao-excesso-de-peso-e-a-obesidade/. Publicado em 05 de novembro (2019).

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