Claudio Macedo
19/08/2023

UNICAMP. Foto: Waldir Rodrigues de Almeida / Wikimedia Commons, CC BY-SA 4.0

O Índice Geral de Cursos (IGC) referente ao ano de 2021 foi divulgado pelo Inep no último mês de março. [1]

O IGC avalia anualmente as Instituições de Educação Superior (IES) brasileiras através de uma média ponderada envolvendo os Conceitos Preliminares de Curso (CPC) dos cursos de graduação e os Conceitos Capes dos cursos de programas de pós-graduação stricto sensu (Mestrado e Doutorado). A ponderação da média é feita a partir da proporção de matrículas nos cursos de graduação e nos cursos de Mestrado e Doutorado.

O IGC de cada ano considera as notas do último triênio dos cursos de graduação e pós-graduação. O CPC varia de 1 a 5 e é composto por diferentes variáveis, que traduzem resultados da avaliação de desempenho de estudantes (Enade), infraestrutura e instalações, recursos didático-pedagógicos e corpo docente. Os Conceitos Capes variam de 3 a 7, mas para o cálculo do IGC faz-se uma conversão: os conceitos (3; 4; 5; 6; 7) tornam-se (4; 4,5; 5; 5; 5). Esses conceitos avaliam o desempenho dos cursos de pós-graduação stricto sensu considerando o sucesso na conclusão das teses e dissertações, a publicação dos resultados em periódicos científicos, a produtividade científica dos corpos docentes e discentes, infraestrutura etc. [2]

O IGC 2021 avaliou os diversos tipos de IES: Universidades, Centros Universitários, Faculdades, Centros Federais de Educação Tecnológica e Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia, num total de 2012 instituições.

As universidades, segundo definição do Ministério da Educação (MEC), “se caracterizam pela indissociabilidade das atividades de ensino, pesquisa e extensão. São instituições pluridisciplinares de formação dos quadros profissionais de nível superior, de pesquisa, de extensão e de domínio e cultivo do saber humano, que se caracterizam por: I – produção intelectual institucionalizada mediante o estudo sistemático dos temas e problemas mais relevantes, tanto do ponto de vista científico e cultural quanto regional e nacional; II – um terço do corpo docente, pelo menos, com titulação acadêmica de mestrado ou doutorado; e III – um terço do corpo docente em regime de tempo integral.” [3]

A tabela abaixo mostra a evolução dos quantitativos das universidades brasileiras num período de cinco anos, entre 2016 e 2021. Pode-se observar que houve, no período, um crescimento de 5,7% no total de universidades: eram 192 em 2016 e passou a 203 em 2021.

Em 2021 do total de 203 universidades, 111 (55%) eram públicas e 92 (45%) privadas. Entre as públicas, 68 (61%) eram federais, 38 (34%) estaduais e 5 (5%) municipais. As universidades privadas se distribuíam em 69 (75%) sem fins lucrativos e 23 (25%) com fins lucrativos.

A tabela a seguir apresenta um panorama das universidades brasileiras segundo o IGC 2021 comparado com o IGC de 2016.

A universidade brasileira mais bem avaliada, segundo IGC 2021, é a Universidade Estadual de Campinas (UNICAMP), com IGC 4,476. A UNICAMP também foi a universidade mais bem avaliada em 2016, quando obteve IGC 4,375.

As 20 universidades com melhor avaliação são públicas: 17 federais e 3 estaduais. As universidades públicas têm IGC médio (3,345) bem superior ao das universidades privadas (2,918).

A Universidade Federal de Sergipe (UFS), obteve IGC de apenas 3,108 em 2016 (64º), mas melhorou muito, pois conseguiu em 2021 IGC 3,480 (58º), correspondendo a um crescimento de 12,0% no período.

A Universidade Tiradentes (UNIT), universidade privada com fins lucrativos do Estado de Sergipe, obteve IGC 2,910 (93º) em 2016, e diminuiu bastante o IGC em 2021, oportunidade em que conseguiu apenas 2,786 (147º), implicando em uma redução de 4,3%.

Considerando as variações do IGC entre 2016 e 2021, podemos destacar que as universidades brasileiras estão avançando bem, em média 6,7% no quinquênio. As universidades públicas cresceram o IGC em 6,2% e as privadas em 7,1%.

Algumas universidades tiveram crescimento do IGC muito pequeno no quinquênio, outras decresceram o IGC; e a USP não tem participado das avaliações do IGC.

Mantendo o crescimento do IGC que tiveram entre 2016 e 2021 as universidades poderão alcançar a excelência, o IGC máximo, 5, em diferentes números de anos. Citando alguns exemplos: a UNESP e a UFPR poderão alcançar IGC máximo em 15 anos, a UFS em 16 anos e a UNICAMP em 24 anos.

[1] Inep. Indicadores de Qualidade da Educação Superior. https://www.gov.br/inep/pt-br/acesso-a-informacao/dados-abertos/indicadores-educacionais/indicadores-de-qualidade-da-educacao-superior.

[2] Inep. Nota Técnica nº 10/2022/CGCQES/DAES.

[3] MEC. Qual é a diferença entre faculdades, centros universitários e universidades? http://portal.mec.gov.br/escola-de-gestores-da-educacao-basica/127-perguntas-frequentes-911936531/educacao-superior-399764090/116-qual-e-a-diferenca-entre-faculdades-centros-universitarios-e-universidades.

Como citar este artigo: Claudio Macedo. Como estão nossas universidades? Saense. https://saense.com.br/2023/08/como-estao-nossas-universidades/. Publicado em 19 de agosto (2023).

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