UnB
13/04/2021

(Imagem de Tumisu por Pixabay)

Rafael Amaral Shayani

“A mudança do clima é um dos maiores desafios do nosso tempo”, afirma o documento que apresenta os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) das Nações Unidas, o qual continua com o seguinte vislumbre: “este é também, no entanto, um momento de grande oportunidade”. A academia pode contribuir para superar esse desafio ao estudar esse tema com os alunos durante a graduação, estimulando-os a aplicarem o conhecimento obtido nos cursos para resolver grandes problemas da humanidade.

O Projeto Político-Pedagógico Institucional (PPPI) da Universidade de Brasília tem como perfil do egresso as seguintes características: espírito científico, pensamento reflexivo, capacidade crítica para emitir juízos reflexivos sobre as relações entre contextos sociais, culturais, econômicos e políticos, coerentes com os princípios dos Direitos Humanos; capacidade ética relacionada a atitudes orientadas por valores humanizadores, como a dignidade, a liberdade, a igualdade, a justiça, a paz, a autonomia, o coletivo, entre outros. Mas de que forma essas habilidades podem ser melhor desenvolvidas nos estudantes de graduação?

O estudo das mudanças climáticas, em todos os cursos, é uma oportunidade para que os alunos possam exercitar essas habilidades. As mudanças climáticas são um complexo processo global, que necessita de visão holística e humanista, crítica e reflexiva, e que depende de soluções que considerem dimensões ambientais, sociais, políticas e econômicas, de forma multidisciplinar e interdisciplinar. Trata-se de um propício “estudo de caso” que pode ser abordado em todos os cursos, e que os estudantes precisarão expandir sua visão para propor, dentro de sua área de atuação, soluções práticas para esse grande desafio.

Uma das metas do ODS 4 (Educação de Qualidade) é “garantir que todos os alunos adquiram conhecimentos e habilidades necessárias para promover o desenvolvimento sustentável”. Essa meta pode parecer complexa de ser implementada em cursos de graduação mas, ao considerar as mudanças climáticas, as quais são causadas, principalmente, por países mais desenvolvidos, e afetam, principalmente, os países mais pobres, é um exemplo prático de situação que necessita de solução baseada em direitos humanos e que trilha um caminho rumo à paz mundial ao necessitar que todos os países trabalharem juntos. O Acordo de Paris é um exemplo de unidade mundial acordado entre 195 países.

Para que a humanidade possa avançar rumo à solução, é necessário capacitar indivíduos, comunidades e instituições. Os estudantes universitários, ao serem capacitados a achar soluções durante seu curso de graduação, tendem a implementar essa visão nas instituições em que irão participar após concluir seu curso. O impacto tende a ser demasiadamente positivo!

As inspiradoras palavras de Bahá’u’lláh (1817-1892) “cuidai zelosamente das necessidades da era em que viveis e concentrai vossas deliberações em suas exigências e seus requisitos” são uma guia para que os professores, de todos os cursos, possam instigar os alunos a utilizar o conhecimento universitário para resolver os grandes desafios que atualmente assombram a humanidade. A mudança climática é um desafio que requer todas as habilidades e, quando os estudantes aplicarem a teoria para achar soluções para um problema real de grandes dimensões, com certeza ficarão motivados a dedicarem-se aos estudos com mais interesse e afinco, pois estarão empoderados a melhorar o mundo! [1]

[1] Rafael Amaral Shayani é professor do Departamento de Engenharia Elétrica, da Universidade de Brasília. Graduado em Engenharia Elétrica – ênfase Energia e Automoção – pela Universidade de São Paulo, mestre e doutor na mesma área pela UnB. Tem experiência com Fontes Renováveis de Energia, atuando em energia solar fotovoltaica.

Como citar este artigo: UnB. A importância de estudar Mudanças Climáticas na graduação. Texto de Rafael Amaral Shayani. Saense. https://saense.com.br/2021/04/a-importancia-de-estudar-mudancas-climaticas-na-graduacao/. Publicado em 13 de abril (2021).

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