Claudio Macedo
28/01/2016
A pesquisa constatou que, comparando com o nível do mar, a incidência de câncer de pulmão diminui em média 7,23 casos (por 100.000 pessoas) para cada aumento de 1.000 metros de altitude. O estudo foi realizado em 260 municípios da região oeste dos Estados Unidos, incluindo lugares com até 3.473 m de elevação.
Os autores levaram em conta fatores demográficos e de risco de câncer, como origem das pessoas, idade, renda, educação, raça, fumo, influência de gás radônio e de radiação ultravioleta.
Na região da pesquisa, o oxigênio é reduzido para 88,7% a 1000 m, 78,5% a 2,000 m e 69,2% a 3,000 m de altitude, considerando o nível do mar como referência. Os pesquisadores concluíram que a razão para a diminuição dos casos de câncer deveria ser associada ao menor nível de oxigênio atmosférico presente em maior altitude.
Eles explicam que, ao ser inspirado, o oxigênio molecular (O2) pode levar à formação intracelular de espécies reativas de oxigênio, que são potenciais agentes cancerígenos.
Como reforço à conclusão, eles apontam que existem numerosos relatórios nos Estados Unidos indicando aumentos significativos de câncer infantil em casos de suplementação de oxigênio neonatal.
Serão necessárias análises experimentais e mais observações biológicas para confirmar se o oxigênio, que é vital para a vida, é também um fator causal de câncer no pulmão.
[1] Crédito da imagem: Jeffrey Beall (Flickr) / Creative Commons (CC BY-SA 2.0). URL: https://www.flickr.com/photos/denverjeffrey/16006749038.
[2] KP Simeonov and DS Himmelstein. Lung cancer incidence decreases with elevation: evidence for oxygen as an inhaled carcinogen. PeerJ 3, e705 (2015).
Como citar este artigo: Claudio Macedo. Mais altitude menos câncer de pulmão? Saense. URL: http://www.saense.com.br/2016/01/mais-altitude-menos-cancer-de-pulmao/. Publicado em 28 de janeiro (2016).