Claudio Macedo
28/04/2016
As baterias que são atualmente usadas nos smartphones, tabletes, notebooks e outros dispositivos, têm uma vida útil de poucos anos. Normalmente, duram de 500 a 1.500 ciclos de recarga, dependendo do tipo de uso e de condições ambientais [2]. Essas baterias são chamadas baterias de lítio pelo fato de funcionarem utilizando íons de lítio.
Pesquisadores norte-americanos descobriram um novo tipo de bateria (ainda experimental) que dura cerca de 200 mil ciclos, isto é, considerando um uso normal, em que se faz uma recarga por dia, a nova bateria pode durar, sem perda de eficiência, mais de 500 anos [3].
A inovação feita no desenvolvimento da bateria foi a substituição de lítio por nanofios de ouro, revestidos por óxido de manganês, em um gel eletrolítico.
Trata-se, por enquanto, de um equipamento em desenvolvimento, sobretudo por duas razões. A primeira, é o custo muito alto do ouro, que inviabilizaria o uso em larga escala dessas baterias. A segunda, é a falta de um entendimento pleno do fenômeno que permitiu esse aumento extraordinário de duração da nova bateria em comparação com as baterias de lítio.
As pesquisas devem prosseguir para enfrentar esses dois importantes desafios, compreendendo melhor a física e a química que viabiliza a eficiência da nova bateria e buscando um outro material, mais barato, com eficácia semelhante ao ouro.
[1] Crédito da imagem: Kristoferb / Creative Commons (CC BY-SA 3.0). URL: https://en.wikipedia.org/wiki/Lithium-ion_battery#/media/File:Li_ion_laptop_battery.jpg.
[2] Battery University. BU-808: How to Prolong Lithium-based Batteries. URL: http://batteryuniversity.com/learn/article/how_to_prolong_lithium_based_batteries. Acesso: 27 de abril (2016).
[3] ML Thai et al. 100k Cycles and Beyond: Extraordinary Cycle Stability for MnO2 Nanowires Imparted by a Gel Electrolyte. ACS Energy Letters 1, 57 (2016).
Como citar este artigo: Claudio Macedo. Baterias para toda a vida? Saense. URL: http://www.saense.com.br/2016/04/baterias-para-toda-a-vida/. Publicado em 28 de abril (2016).
Ótima notícia para os portadores de marcapasso. Há cada vez mais gente utilizando equipamentos deste tipo e, em todos os casos, periodicamente é preciso que o indivíduo seja submetido a um procedimento invasivo para a substituição da bateria.
Muito boa observação Leonardo.
Complementa o artigo.
Abs