Marcelo Macedo
24/03/2017
O relógio de pulso passou por uma grande revolução tecnológica nos últimos anos. Novas funções foram incorporadas, como ocorreu com o telefone celular. Graças ao desenvolvimento de chips e sensores cada vez menores, nos dias atuais é possível, com uma simples pulseira, medir a distância percorrida, as calorias gastas, o número de passos na horizontal ou subindo escadas, a velocidade, os batimentos cardíacos etc. Através da comunicação bluetooth, todos as informações são enviadas para o celular, podendo ser partilhadas em redes sociais ou com profissionais da área de saúde.
Dentre os parâmetros monitorados pela pulseira inteligente, destaca-se a sua capacidade de medir os batimentos cardíacos (Figura a). Pequenos LEDs verdes (Figura b) são responsáveis pela emissão de pulsos de luz que conseguem atravessar a pele e alcançar os glóbulos vermelhos (GV) presentes na corrente sanguínea. Os batimentos cardíacos provocam uma expansão e contração dos vasos sanguíneos e, consequentemente, uma variação na concentração dos GV. A luz refletida será mais intensa quando os vasos sanguíneos tiverem contraídos (baixa concentração de GV) (Figura c) do que na situação contrária (Figura d). A diferença de intensidade de luz refletida entre a expansão e a compressão é correlacionada com a frequência cardíaca [2, 3]. A luz refletida será medida por um sensor localizado entre os dois LEDs verdes.
A Figura (e) mostra a evolução durante um dia de uso do monitor cardíaco por intensidade da luz. Nas primeiras horas da manhã, aparece um grande pico no gráfico, indicando provavelmente a realização de uma atividade física, que alcançou um valor máximo de 138 bpm (batidas por minuto). Em seguida, tem-se uma região sem registro, indicando que a pulseira foi retirada do braço para o primeiro banho e após alguns minutos o sinal voltou a ser registrado, permanecendo assim ao longo do dia e depois com outra pausa, quando faltava poucas horas para o repouso noturno. Alternativamente, o monitoramento pode ser realizado também durante toda a noite, permitindo indicar a qualidade do sono.
O limite máximo de bpm serve como um sinal de alerta. O tempo da atividade física passa a ser secundário, uma vez que o monitoramento do coração é o mais importante quando uma pessoa resolve praticar algum tipo de esporte. Sendo assim, pode-se incorporar no dia a dia, no lugar do velho cronômetro, um novo tipo de equipamento: o monitor cardíaco.
[1] Crédito da imagem: Marcelo Macedo.
[2] PK Jain and AK Tiwari. Heart monitoring systems – A review. Computers in Biology and Medicine 54, 1 (2014).
[3] How It Works Book of Amazing Technology. Volume Five. Imagine Publishing (2016).
Como citar este artigo: Marcelo Macedo. Coração: a máquina que dá o ritmo. Saense. URL: http://www.saense.com.br/2017/03/coracao-a-maquina-que-da-o-ritmo/. Publicado em 24 de março (2017).
Incrível como a tecnologia vem avançando e se tornando cada vez mais comum ao nosso dia-a-dia, hoje talvez o homem moderno pode até ser chamado de cyborg, já que nos interagimos com a tecnologia de forma tão natural que ela já faz parte de nossa vida.
Isso é verdade, porém, devemos usar somente aquilo que nos traga uma melhor qualidade de vida.