ESA
18/05/2018
A luz ultravioleta é um dos principais marcadores das estrelas mais jovens e mais quentes. Essas estrelas são de curta duração e intensamente brilhantes. Os astrônomos concluíram agora um catálogo chamado LEGUS (Legacy ExtraGalactic UV Survey) que capturou os detalhes de 50 galáxias locais num raio de 60 milhões de anos-luz da Terra, tanto na luz visível como na ultravioleta.
A equipe do LEGUS selecionou cuidadosamente seus alvos dentre as 500 galáxias candidatas compiladas a partir de levantamentos em terra. Eles escolheram as galáxias com base em sua massa, taxa de formação de estrelas e sua abundância de elementos mais pesados que hidrogênio e hélio. Devido à proximidade das galáxias selecionadas, o Hubble conseguiu resolvê-las em seus principais componentes: estrelas e aglomerados estelares. Com os dados da LEGUS, a equipe criou um catálogo com cerca de 8 mil aglomerados jovens e também criou um catálogo de estrelas com cerca de 39 milhões de estrelas que são pelo menos cinco vezes mais massivas que o nosso sol.
Os dados, reunidos com a Wide Field Camera 3 e a Advanced Camera for Surveys do Hubble, fornecem informações detalhadas sobre estrelas massivas e aglomerados estelares jovens, e como o ambiente afeta o seu desenvolvimento. Como tal, o catálogo oferece um extenso recurso para compreender as complexidades da formação de estrelas e evolução das galáxias.
Uma das principais questões que a pesquisa pode ajudar os astrônomos a responder é a conexão entre a formação de estrelas e as principais estruturas, como os braços espirais, que formam uma galáxia. Essas distribuições estruturadas são particularmente visíveis nas populações estelares mais jovens.
Ao resolver os detalhes das galáxias estudadas, ao mesmo tempo em que estuda a conexão com estruturas galácticas maiores, a equipe busca identificar os mecanismos físicos por trás da distribuição observada das populações estelares dentro das galáxias.
Descobrir o elo final entre a formação de gases e estrelas é a chave para entender completamente a evolução das galáxias. Os astrônomos estão estudando esse elo observando os efeitos do ambiente nos aglomerados estelares e como sua sobrevivência está ligada ao seu entorno.
O LEGUS não apenas permitirá que os astrônomos entendam o universo local. Também ajudará a interpretar pontos de vista de galáxias distantes, onde a luz ultravioleta de estrelas jovens é esticada para comprimentos de onda infravermelhos devido à expansão do espaço. O Telescópio Espacial James Webb NASA/ESA/CSA e sua capacidade de observação no infravermelho distante complementarão as visões do LEGUS. [2]
[1] Crédito da imagem: NASA, ESA, and the LEGUS team.
[2] Esta notícia científica foi traduzida por Claudio Macedo.
Como citar esta notícia científica: ESA. O Universo local em ultravioleta. Tradução de Claudio Macedo. Saense. http://saense.com.br/2018/05/o-universo-local-em-ultravioleta/. Publicado em 18 de maio (2018).