CCS/CAPES
30/08/2018

O Grito de Edvard Munch. [1]
Morando na Itália, o bolsista de pós-doutorado da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) Renato Pereira de Freitas desenvolve um trabalho que consiste em estudar obras de arte pela técnica de mapeamento macro elementar por fluorescência de raios X (macro-XRF) em um laboratório italiano. Licenciado em física e doutor em engenharia nuclear aplicada, Renato de Freitas é professor de física do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro, no campus Paracambi. Supervisionado pela italiana Costanza Miliani, do Instituto de Ciência e Tecnologia Molecular do Conselho Nacional de Pesquisa Italiano (CNR-ISTM), o trabalho está em andamento desde agosto 2017, no Laboratório Móvel (MOLAB).

Desde que fez iniciação cientifica, Renato tem trabalhado com análises de artefatos do patrimônio histórico cultural, tendo desenvolvido em sua pós-graduação temas neste campo de estudo. Entretanto, nunca havia trabalhado em um centro de pesquisa como o MOLAB, cujo foco é somente em análises cientificas de obras de arte, o que o proporcionou a oportunidade de discutir este tema de forma profunda com outros cientistas.

MOLAB
O MOLAB é um laboratório que possui uma vasta instrumentação analítica móvel avançada, que permite análises in situ e não invasivas de objetos preciosos como obras de arte. O laboratório atualmente faz parte do consórcio IPERION CH (Integrated Platform for the European Research Infrastructure ON Culture Heritage), que reúne laboratórios europeus que realizam pesquisas no campo da preservação em patrimônio cultural, por isso, o grupo tem como característica realizar análises in situ em obras de arte de diferentes museus europeus.

Em seu projeto, Renato aplica uma técnica de mapeamento macro elementar por fluorescência de raios X (macro-XRF), uma recente inovação tecnológica desta área. Esse procedimento permite fazer imagens acerca da distribuição elementar, inclusive de elementos de baixo número atômico, que normalmente não são visíveis em imagens radiográficas convencionais. Na análise de pinturas, essa técnica é especialmente importante por permitir verificar camadas subjacentes de pigmentos e regiões de retoques, possibilitando uma melhor perspectiva acerca do processo criativo empregado pelo artista e a história da obra.

Experiência
Juntamente com o MOLAB, Renato trabalhou no Museu Munch situado em Oslo, Noruega, onde estudou variadas técnicas espectroscópicas não invasivas de diferentes versões da obra o Grito de Edvard Munch.

O bolsista conta que tem sido uma experiência muito positiva que o proporcionou trabalhar com equipamentos de grande cunho tecnológico e cientistas renomados. “Eles são de nível internacional no campo de pesquisas de análises cientificas de obras arte, o que tem me possibilitando apreender especialmente diferentes metodologias cientificas, que no Brasil só seriam possíveis após meses de pesquisas em artigos científicos. Só tenho que gradecer à CAPES pelo suporte financeiro e à pesquisadora do CNR-ISTM, Costanza Miliani, pela supervisão desse projeto”, disse Renato.

Além da CAPES e da supervisora Costanza Milian, o pesquisador ressalta a importância de seu orientador de iniciação cientifica, Marcelino Anjos, e os seus orientadores de mestrado e doutorado, Ricardo Tadeu Lopes e Cristiane Calza. “Todos eles me incentivaram no Brasil a trabalhar com esse tema de pesquisa”, completou o bolsista. Os agradecimentos se estendem aos colegas pesquisadores do Instituto Federal de Ciência e Tecnologia do Rio de Janeiro campus Paracambi, que continuam cooperando com ele no desenvolvimento de pesquisas na área. [2]

[1] Crédito da imagem: Edvard Munch – Google Art Project, Domínio público.
https://pt.wikipedia.org/wiki/O_Grito#/media/File:Edvard_Munch_-_The_Scream_-_Google_Art_Project.jpg.

[2] Esta notícia científica foi escrita por Allan César.

Como citar esta notícia científica: CCS/CAPES. Estudando obras de arte por fluorescência de raios X. Texto de Allan César. Saense. http://www.saense.com.br/2018/08/estudando-obras-de-arte-por-fluorescencia-de-raios-x/. Publicado em 30 de agosto (2018).

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