CCS/CAPES
04/09/2018

Rio de Janeiro. [1]
A composição química da atmosfera muda constantemente devido à grande quantidade de poluentes lançados todos os dias. Um estudo brasileiro publicado pelo periódico Air Quality, Atmosphere & Health levantou os primeiros resultados sobre PM2.5 (material particulado fino ou, em inglês, particulate matter) de longo prazo. A pesquisa apresenta também resultados sobre a fração orgânica solúvel em água, ainda pouco estudada no material particulado no país.

O artigo científico Chemical composition of fine particles (PM2.5): water-soluble organic fraction and trace metals – disponível em texto completo no Portal de Periódicos – é parte do trabalho de doutorado da pesquisadora Luciana Ventura. “No Brasil faltam dados sobre a poluição atmosférica. Nos aprofundamos nessa carência e chegamos ao resultado de que as concentrações médias anuais em muitos locais são maiores que o limite sugerido pela Organização Mundial de Saúde”, disse a cientista Adriana Gioda, orientadora do projeto.

Gioda explica que no Brasil o PM2.5 não é legislado, embora seja reconhecidamente tóxico. “As partículas finas são um dos principais poluentes do ar. A composição química desses elementos é de fundamental importância tanto para a saúde quanto para o clima. Levantamentos sobre o PM2.5 foram realizados em diversos países com vários tipos de clima. Enquanto muitos desses países já têm legislação para tratar o composto químico, no Brasil ainda temos poucos estudos, o que dificulta a definição de padrões”, avalia.

Os dados foram coletados em áreas urbanas e rurais do estado do Rio de Janeiro, incluindo a capital, sendo que as regiões urbanas apresentaram concentrações mais altas de impurezas no ar. Entretanto, segundo Gioda, “o Rio de Janeiro, especificamente, apresenta diferentes características, como a brisa do mar e a cadeia de montanhas que influenciam na diluição de poluentes”. Por isso, as diferenças de concentrações são variáveis. “Os veículos compõem a maior fonte de emissão de poluentes para a atmosfera. Uma melhora ou redução na frota poderia ajudar a melhorar a qualidade do ar”, pontua a especialista.

A revista científica Air Quality, Atmosphere & Health está disponível para os usuários da biblioteca virtual da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES). “O Portal de Periódicos é indispensável para o desenvolvimento da pesquisa no país. Sem esse recurso, não teríamos um acesso tão amplo; estaríamos muito aquém do que é realizado internacionalmente. A variedade disponível de títulos de periódicos e livros é de enorme relevância para a comunidade acadêmica”, conclui Adriana Gioda.

[1] Crédito da imagem: eacuna (pixabay), CC0 Creative Commons.
https://pixabay.com/en/ipanema-beach-rio-de-janeiro-99388/.

Como citar esta notícia científica: CCS/CAPES. Material particulado fino no ar das cidades.Saense. http://www.saense.com.br/2018/09/material-particulado-fino-no-ar-das-cidades/. Publicado em 04 de setembro (2018).

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