CCS/CAPES
23/01/2019
O artigo, produzido pelo Instituto do Cérebro do Rio Grande do Sul, da Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (InsCer/ PUCRS), no qual o ex-bolsista Augusto Buchweitz é professor, é o primeiro com dados coletados no Brasil, com neuroimagem funcional sobre a população disléxica e traz dados inéditos referentes ao funcionamento do cérebro da criança com dislexia.
“O cérebro de quem aprende a ler aprende a ficar de prontidão para leitura, enquanto que na dislexia do desenvolvimento, as conexões do cérebro em repouso não envolvem regiões importantes para a leitura”, explica o coordenador.
Projeto
O coordenador explica que o projeto ACERTA foi desenvolvido em rede, com PUCRS, Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e a Universidade Federal do Rio Grande do Norte (UFRN), por meio do Edital CAPES/OBEDUC. O seu objetivo é investigar a aprendizagem da leitura e seu principal transtorno “por meio de uma combinação entre índices de aprendizagem, neuropsicológicos e neurais”.
O ACERTA levou à criação do ambulatório de aprendizagem, que avalia sem custos crianças com dificuldades de leitura, para identificar e diagnosticar aquelas com dislexia do desenvolvimento. Já foram avaliadas mais de 400 crianças que, após analisadas, receberam uma devolução por profissionais da fonoaudiologia, a partir das avaliações de histórico médico, neuropsicologia, leitura e escrita e neuroimagem.
“Esta devolutiva ajuda a informar os pais e a escola sobre a dislexia do desenvolvimento e como melhor lidar com esta dificuldade de leitura que fará parte da vida da criança”, esclarece o coordenador.
Este estudo permite que a ciência sobre a aprendizagem da leitura e dislexia do desenvolvimento no Brasil, não dependa ou limite-se a dados de pesquisas norte-americanas e europeias. “Temos dados nossos, com resultados nossos, referentes a nossa realidade”, destaca o professor.
Futuro
O ACERTA serviu de base para outras propostas e, por meio do Programa Geral de Cooperação Internacional (PGCI) da CAPES, está em rede mundial.
“Graças ao projeto ACERTA e seus resultados e com o apoio da CAPES, conseguimos formar uma parceria de pesquisa internacional com os laboratórios Haskins, da Universidade Yale, e seus parceiros”, conta Augusto Buchweitz, que informou estar em andamento pesquisas na PUCRS e em Yale que se utilizam dos mesmos desenhos experimentais, em português e inglês.
[1] Crédito da imagem: geralt, Pixabay License.
https://pixabay.com/en/dyslexia-learning-disorder-puzzle-3014152/.
Como citar esta notícia: CCS/CAPES. Bases neurais da dislexia do desenvolvimento em crianças brasileiras. Saense. http://www.saense.com.br/2019/01/bases-neurais-da-dislexia-do-desenvolvimento-em-criancas-brasileiras/. Publicado em 23 de janeiro (2019).