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26/02/2020

Sílvia Ester Orrú. Foto: Reprodução/UnB

Sílvia Ester Orrú

A Declaração Universal dos Direitos Humanos, que dispõe sobre os direitos humanos fundamentais, desde 1948, inspira ações e revoluções sociais por uma sociedade mais inclusiva e equalitária, sendo a universidade pública, uma ponte singular para que educação e ciência sejam as grandes pilastras de sustentação para o desenvolvimento de um Brasil de todos e para todos.

Neste sentido, grupos de pesquisa imbricados nos estudos e na produção do conhecimento científico em Direitos Humanos, tecem redes de apoio à comunidade por meio de publicações de artigos e livros que alimentam e alcançam um sem número de pessoas por meio de informações e discussões críticas sobre seus direitos sociais como também acerca de alternativas de ações pedagógicas e projetos sociais que podem favorecer que todas as pessoas, em suas mais distintas diferenças (aprendizes com deficiência, filhos de migrantes e refugiados que enfrentam dificuldades com o novo idioma e cultura, adultos que não puderam estudar quando crianças, meninas e mulheres violentadas pelo patriarcado, pessoas que se encontram em desvantagem social em decorrência de atrocidades históricas, etc), tenham a oportunidade de alcançar os níveis mais elevados de ensino e, consequentemente, tenham mais oportunidades de adentrarem ao mundo do trabalho e assim, com toda sua diversidade, contribuírem para o desenvolvimento do país.

O Laboratório de Estudos e Pesquisas em Aprendizagem e Inclusão (LEPAI), certificado e atualizado no Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), tem desenvolvido seus trabalhos junto à comunidade a partir do entendimento de que a Diferença e as Liberdades de Ser e estar no mundo, com o mundo e com os outros, são valores humanos que não devem ser apenas tratados no âmbito da tolerância social, mas sim, da plena aceitação do outro, uma vez que todos nós somos, igualmente, diferentes.

Desde 2010 o LEPAI se configura um grupo de pesquisa que além de produzir conhecimento científico publicado e difundido no Brasil e no exterior, também acolhe a comunidade constituída por professores, auxiliares de educação, profissionais da saúde que atuam nas escolas e familiares de aprendizes com deficiência, em encontros regulares que são gratuitos e onde a troca de informações e vivências são possibilidades de se educar a geração presente para fazermos do mundo um lugar melhor para todas as pessoas viverem.

Investir em educação e ciência, é uma das ações mais importantes e significativas que um governo compromissado com seu povo, pode realizar. Formar cidadãos livres de preconceito, discriminação, ações excludentes que oprimem e subtraem a dignidade humana pelo poder, intolerância às diferenças e pela ganância selvagem, é o maior legado que podemos nutrir e confiar àqueles que ainda estão porvir.

Há braços por uma educação inclusiva e libertadora! [1]

[1] Sílvia Ester Orrú é professora da Faculdade de Educação da Universidade de Brasília e coordenadora do Laboratório de Estudos e Pesquisas em Aprendizagem e Inclusão (LEPAI). Graduada em pedagogia, mestre e doutora em educação com pós-doutorado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Em 2018 foi vencedora do III International Essay Award in Education and Learning com o livro O Re-inventar da Inclusão: os desafios da diferença no processo de ensinar e aprender, concedido em Paris pela Global Knowledge Academics (GKA) que reconhece a excelência em investigações da área educativa.

Como citar este artigo: UnB. Diferença e Liberdades como valores Humanos. Texto de Sílvia Ester Orrú. Saense. https://saense.com.br/2020/02/diferenca-e-liberdades-como-valores-humanos/. Publicado em 26 de fevereiro (2020).

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