ESO
04/09/2020

O anel interno de GW Orionis: modelo e observações SPHERE (Imagem: ESO/L. Calçada, Exeter/Kraus et al.)

Uma equipe de astrônomos encontrou a primeira evidência direta de que grupos de estrelas podem desfazer os seus discos de formação planetária, deixando-os distorcidos e com anéis inclinados. Esta nova pesquisa sugere que planetas exóticos, talvez parecidos a Tatooine do filme Star Wars, podem se formar em anéis inclinados em discos distorcidos ao redor de estrelas múltiplas. Estes resultados foram obtidos graças às observações com o Very Large Telescope (VLT) do ESO e com o Atacama Large Millimeter/submillimeter Array (ALMA).

O nosso Sistema Solar é notavelmente plano, com os planetas orbitando todos no mesmo plano. No entanto, este não é sempre o caso, especialmente em discos de formação planetária situados em torno de estrelas múltiplas, tal como acontece com o objeto deste novo estudo: GW Orionis. Este sistema, localizado a cerca de 1300 anos-luz de distância da Terra na constelação de Orion, tem três estrelas e um disco deformado e quebrado ao seu redor.

As nossas imagens revelam um caso extremo onde o disco não é de modo nenhum plano, mas sim distorcido e com um anel desalinhado que se separou do disco,” explica Stefan Kraus, professor de astrofísica na Universidade de Exeter, no Reino Unido, que liderou a pesquisa publicada hoje na revista Science. O anel desalinhado situa-se na parte interna do disco, próximo às três estrelas. [1], [2]

[1] Esta pesquisa foi apresentada no artigo “A triple star system with a misaligned and warped circumstellar disk shaped by disk tearing”, que será publicado na revista Science (doi: 10.1126/science.aba4633). A equipe é composta por Stefan Kraus (University of Exeter, School of Physics & Astronomy, RU [Exeter]) Alexander Kreplin (Exeter), Alison K. Young (Exeter e School of Physics and Astronomy, University of Leicester, RU), Matthew R. Bate (Exeter), John D. Monnier (University of Michigan, EUA [Michigan]), Tim J. Harries (Exeter), Henning Avenhaus (Instituto Max Planck de Astronomia, Heidelberg, Alemanha), Jacques Kluska (Exeter e Instituut voor Sterrenkunde, KU Leuven, Bélgica [KU Leuven]), Anna S. E. Laws (Exeter), Evan A. Rich (Michigan), Matthew Willson (Exeter e Georgia State University, EUA), Alicia N. Aarnio (University of North Carolina Greensboro, EUA), Fred C. Adams (Michigan), Sean M. Andrews (Center for Astrophysics | Harvard & Smithsonian, EUA [CfA]), Narsireddy Anugu (Exeter, Michigan e Steward Observatory, University of Arizona, EUA), Jaehan Bae (Michigan e Carnegie Institution for Science, Washington, USA), Theo ten Brummelaar (The CHARA Array of Georgia State University, California, EUA), Nuria Calvet (Michigan), Michel Cure (Instituto de Fisica y Astronomia, Universidad de Valparaiso, Chile), Claire L. Davies (Exeter), Jacob Ennis (Michigan), Catherine Espaillat (Michigan e Boston University, EUA), Tyler Gardner (Michigan), Lee Hartmann (Michigan), Sasha Hinkley (Exeter), Aaron Labdon (Exeter), Cyprien Lanthermann (KU Leuven), Jean-Baptiste LeBouquin (Michigan e Université Grenoble Alpes, CNRS, IPAG, França), Gail H. Schaefer (CHARA), Benjamin R. Setterholm (Michigan), David Wilner (CfA) e Zhaohuan Zhu (University of Nevada, EUA)..

[2] Esta notícia científica foi traduzida por Margarida Serote (Portugal) e adaptada para o português brasileiro por Eugênio Reis Neto.

Como citar esta notícia: ESO. Novas observações mostram disco de formação planetária rasgado por suas três estrelas centrais. Tradução de Margarida Serote (Portugal) e adaptada para o português brasileiro por Eugênio Reis Neto. Saense. https://saense.com.br/2020/09/novas-observacoes-mostram-disco-de-formacao-planetaria-rasgado-por-suas-tres-estrelas-centrais/. Publicado em 04 de setembro (2020).

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