UFMG
25/09/2020

(Foto: Divulgação / UFMG)

No início do século XX, uma doença chegou ao Brasil a bordo de navios vindos da Europa. A gripe espanhola, como ficou conhecida a explosão pandêmica de uma mutação particularmente letal do vírus H1N1, matou dezenas de milhares de pessoas no país e cerca de 50 milhões no mundo inteiro. A partir de um vasto acervo de fontes e imagens da época, a professora de História da UFMG Heloisa Murgel Starling e Lilia Moritz Schwarcz recriam o cotidiano da vida e da morte durante o reinado de terror da “gripe bailarina”, uma das maiores pandemias da história. O livro A bailarina da morte será lançado no dia 9 de outubro, mas já está disponível em pré-venda pelo grupo Companhia das Letras.

Altamente contagiosa, a moléstia atingiu todas as regiões brasileiras. A influenza hespanhola paralisou a economia e desnudou a precariedade dos serviços de saúde. Disputas políticas e atitudes negacionistas de médicos e governantes potencializaram o massacre, que vitimou sobretudo os pobres. Iludida por estatísticas maquiadas e falsas curas milagrosas, a população ficou à mercê do vírus até o súbito declínio da epidemia, no começo de 1919.

Comentários sobre o livro

“Um atestado visceral de que não se lembrar da própria história é condenar-se a repeti-la. Nesta história com toques de ciência e por vezes ciência em contexto histórico, temos uma oportunidade para reconhecer que já estivemos aqui antes, numa pandemia que de fato concluiu um século. Quem sabe desta vez aprendemos a lição?” — Suzana Herculano-Houzel

“Entre negação da ciência, curas milagrosas e uma doença que escancarou as desigualdades sociais da época, os historiadores do futuro, ao analisar a brilhante obra de Lilia Moritz Schwarcz e Heloisa Murgel Starling sobre a pandemia de 1918 — escrita durante a pandemia de 2020 —, indagarão, perplexos: Mas como pode ser possível que, em cem anos, não aprenderam nada?” — Natalia Pasternak

“Em um mundo já fragilizado pela Primeira Grande Guerra, a gripe espanhola colocou em evidência a vulnerabilidade humana diante de um novo vírus. Este livro narra com maestria as rotas e a velocidade de disseminação da doença, ao mesmo tempo em que acentua as dificuldades e os equívocos para seu enfrentamento no Brasil oligárquico da Primeira República. Convida-nos a refletir sobre o valor da imaginação histórica para a abordagem da crise contemporânea.” — Nísia Trindade Lima

As autoras

Heloisa Murgel Starling nasceu em 1956. Historiadora e cientista política, é professora titular da UFMG. É autora de, entre outros, Os senhores das gerais (1986), Lembranças do Brasil (1999), Brasil: Uma biografia (2015), com Lilia Moritz Schwarcz, e República e democracia: impasses do Brasil contemporâneo (2017).

Lilia Moritz Schwarcz é professora titular no Departamento de Antropologia da USP e Global Scholar na Universidade de Princeton. É autora de, entre outros livros, O espetáculo das raças (1993), As barbas do imperador (1998, prêmio Jabuti de Livro do Ano), Brasil: Uma biografia (com Heloisa Murgel Starling, 2015) e Lima Barreto: Triste visionário (2017, prêmio Jabuti de Biografia). [1]

[1] Assessoria de Imprensa UFMG.

Como citar esta notícia: UFMG. Professora da UFMG lança livro sobre a pandemia de gripe espanhola no Brasil. Saense. https://saense.com.br/2020/09/professora-da-ufmg-lanca-livro-sobre-a-pandemia-de-gripe-espanhola-no-brasil/. Publicado em 25 de setembro (2020).

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