IPT
15/03/2021

Desafios das vacinas anticovid-19 enfrentados pelas instituições de pesquisa deixaram clara a importância estratégica do domínio tecnológico da produção do chamado Ingrediente Farmacêutico Ativo, o IFA (Imagem: IPT)

Partículas de cobre são desinfetantes por excelência. Expostos a elas, vírus e bactérias não resistem mais do que alguns minutos a poucas horas. Existem hoje no mercado brasileiro alguns produtos com características similares para eliminar microrganismos. A prata, por exemplo, tem ação antimicrobiana, mas o cobre chega a custar três vezes mais barato em cotação internacional, segundo o London Metals Exchange

O Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e a empresa Cecil Laminação de Metais desenvolveram no Brasil um projeto pioneiro para a produção de nanocobre, com tecnologia para nanoencapsulação do elemento ativo proveniente de reservas da própria empresa. A competência, que é 100% nacional de ponta a ponta, já deu origem a um registro de patente.

Os desafios das vacinas anticovid-19 enfrentados pelas instituições de pesquisa nacionais deixaram clara a importância estratégica que representa, no mundo todo, o domínio tecnológico da produção do chamado Ingrediente Farmacêutico Ativo, o IFA. Para as nanopartículas de cobre, ou outros elementos desinfetantes igualmente eficazes, vale a mesma lógica.

ESPAÇO PARA INOVAÇÃO – As possibilidades de aplicação do nanocobre são bem diversificadas. “Ele pode ser agregado a tintas imobiliárias para proteção das mais variadas superfícies, a vários tipos de tecidos e também a metais sanitários, entre outros”, afirma a pesquisadora responsável pelo Núcleo de Bionanomanufatura do IPT, Natalia Neto Pereira Cerize.

A microfluídica, tecnologia inovadora que permite miniaturizar as linhas de produção e também leva a chancela do IPT no Brasil, foi também estudada no projeto e pode viabilizar plantas industriais mais eficientes, de menor custo, ocupando pequenos espaços e gerando menos resíduos no processo produtivo. “Nestes dispositivos poderá ser produzido em um futuro próximo o nanocobre brasileiro, mais eficiente e competitivo como desinfetante em ambientes públicos e domésticos no pós-pandemia que, certamente, virá pela vacinação em massa”, completa a pesquisadora responsável pelo Laboratório de Biotecnologia Industrial, Patricia Leo.

Como citar este texto: IPT. Nanocobre, vacina pós-pandemia.  Saense. https://saense.com.br/2021/03/nanocobre-vacina-pos-pandemia/. Publicado em 15 de março (2021).

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