Fiocruz
07/05/2021

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Estudo recente no periódico científico JAMA, publicado online em 26 de Abril de 2021, relata que a higiene das mãos é uma parte essencial do controle de infecções hospitalares, mas a adesão permanece baixa, historicamente com média de 50% nos hospitais dos EUA. Um novo estudo descobriu que um hospital alcançou taxas diárias de adesão de mais de 90% durante a primeira parte da pandemia na primavera passada, atingindo um pico de 100%, embora não tenha conseguido sustentar esse nível. Os funcionários logo diminuíram a adesão, e as taxas voltaram para uma linha de base em poucos meses, apesar dos surtos de Covid-19 em curso em todo o país.

“À medida que os hospitais estabelecem metas de higiene das mãos, este estudo sugere que a alta adesão é possível, mesmo com monitoramento automatizado, mas difícil de sustentar”, escrevem os pesquisadores. Os dados do estudo vieram do sistema automatizado de monitoramento de higiene das mãos. O sistema usa um sensor infravermelho para registrar anonimamente todos os usos de sabonetes e distribuidores de desinfetante, bem como entradas e saídas de salas de internação para estimar a adesão de higiene das mãos em cada unidade de internação. Pesquisadores concluíram que a não adesão está relacionada, entre outras causas, a irritação da pele pelo uso de degermantes, uso de luvas, desconhecimento das normativas e sobretudo a falta das ações educativas periódicas que intensifica treinamentos e simulações com o objetivo de internalizar um comportamento preventivo.

O ano de 2020 trouxe um novo desafio para a ciência e medicina. A história começa em 31/12/2019 com suspeita de um novo agente etiológico, causador de uma série de casos de pneumonia, em Wuhan, província de Hubei, na China, tendo sido identificado como o novo coronavírus (SARS-CoV-2) em 07/01/2020.

Estamos em Maio de 2021 com menos de 10% da população brasileira vacinada contra Covid-19. Outros imunobiológicos estão em desenvolvimento e até o momento não há medicamento específico disponível e o tratamento é de suporte, conforme a sintomatologia do paciente.  As ações preventivas incluem: higienização das mãos frequentemente com água e sabonete líquido ou preparação alcoólica com emolientes; deve-se evitar contato próximo com pessoas doentes e o uso de máscara entre outras medidas.

Covid-19: Por que as medidas de prevenção são mais importantes do que nunca

“O momento é de prevenir a disseminação do vírus”

O coordenador do Centro de Contingenciamento do Coronavírus do Estado de São Paulo, o Dr. David Uip, infectologista, disse que ainda é muito cedo para prever o comportamento do SARS-CoV-2:

“Da recepcionista que atende o primeiro momento ao enfermeiro e médico que vão estar defronte do paciente, todos precisam se proteger.”

Uma recomendação comum, mas nem sempre efetivada, é lavar as mãos/higienizá-las antes e depois do atendimento a um paciente.

“É inconcebível examinar um doente sem higienizar as mãos com álcool gel ou água e sabão antes e depois”, diz o médico.

Infelizmente, pelo segundo ano consecutivo o Cesteh/Ensp, e especificamente a Equipe CCISA, não fará a Campanha (presencial) de Higienização das Mãos, neste 5 de Maio de 2021, Dia Mundial de Higienização das Mãos. No entanto, reforça seu compromisso de que tão logo tenhamos as mínimas condições de normalidade restabelecidas, daremos continuidade as ações preconizadas em nossas mobilizações anuais. [2], [3]

[1] Imagem: ENSP/Fiocruz.

[2] Texto de Equipe CCISA – 05/2021.

[3] Fonte: ANAD.

Como citar esta notícia: Fiocruz. Higienização das mãos entre profissionais da saúde: mais importante do que nunca. Saense. https://saense.com.br/2021/05/higienizacao-das-maos-entre-profissionais-da-saude-mais-importante-do-que-nunca/. Publicado em 07 de maio (2021).

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