ESO
01/11/2024
Algo de estranho está a acontecer na NGC 1386, uma galáxia espiral situada a 53 milhões de anos-luz de distância, na constelação de Erídano. Esta Fotografia da Semana combina dados do VLT Survey Telescope (VST), instalado no Observatório do Paranal do ESO, no Chile, e do Atacama Large Millimetre/Submillimetre Array (ALMA), operado pelo ESO e pelos seus parceiros internacionais. Quando os astrónomos observaram as regiões centrais desta galáxia, encontraram novas estrelas a formarem-se… embora de uma forma peculiar.
As estrelas formam-se frequentemente em enxames estelares — grupos de milhares de estrelas que têm origem em nuvens massivas de gás molecular. O anel azul no centro desta galáxia encontra-se cheio de enxames estelares repletos de estrelas jovens, tal como observado pelo VST. Um novo estudo liderado por Almudena Prieto, astrónoma do Instituto de Astrofísica das Canárias, em Espanha, utilizou dados do Very Large Telescope (VLT) do ESO e do Telescópio Espacial Hubble da NASA/ESA para observar este anel com mais detalhe. Os dados mostram que todos estes enxames de estrelas se formaram há 4 milhões de anos, quase em simultâneo. Trata-se da primeira vez que se observa a formação sincronizada de estrelas numa galáxia que contém maioritariamente estrelas velhas.
Com o auxílio do ALMA, este estudo revelou ainda mais segredos sobre esta galáxia. Nesta imagem vemos sob a forma de um anel dourado uma enorme quantidade de nuvens de gás, prontas a formar uma segunda “fornada” de estrelas jovens. No entanto, para que estas novas estrelas se formem, ainda temos que esperar 5 milhões de anos. Mesmo sendo uma galáxia velha, a NGC 1386 continua a rejuvenescer. [1]
[1] Publicação original: https://www.eso.org/public/portugal/images/potw2444a/
Como citar este texto: ESO. Um rejuvenescimento galáctico. Saense. https://saense.com.br/2024/11/um-rejuvenescimento-galactico/. Publicado em 01 de novembro (2024).