ESO
07/05/2019
Esta imagem panorâmica em UHD mostra uma visão estranha no Observatório do Paranal do ESO, local de acolhimento do Very Large Telescope do ESO (VLT). A Via Láctea aparece no céu sobre o observatório todas as noites do ano, podendo ser observada com extremo detalhe e nitidez. No entanto, nesta imagem a nossa Galáxia parece mergulhar através do céu noturno, formando duas colunas separadas ao mesmo tempo que enche o céu no topo da imagem. Por que é que esta imagem nos aparece tão distorcida?
Esta cena celeste normalmente familiar que nos aparece agora tão remodelada resulta da maneira como o fotógrafo, o Embaixador Fotográfico do ESO Petr Horálek, capturou a imagem. Horálek fotografou todo o céu, desde o zênite até o horizonte, num arco completo de 360º. As duas “Vias Lácteas” são na realidade uma única faixa — o plano da nossa Galáxia que arqueia no céu de horizonte a horizonte. Quando passa por cima de nós, parece espalhar-se ao longo do topo do panorama, devido à distorção necessária para colocar todo o céu numa imagem plana e retangular.
Apesar da Via Láctea ser o principal destaque desta fotografia, podemos também observar muitos outros objetos celestes notáveis. A mancha azulada entre as duas cúpulas de telescópio mais à esquerda (uma das quais está desfocada pois estava em movimento no momento da fotografia) é o aglomerado estelar das Plêiades. Por cima das Plêiadas vemos a Nebulosa de Orion, o Laço de Bernard e o rosa da Nebulosa Roseta. No centro da imagem, Júpiter brilha intensamente. O brilho alaranjado logo abaixo de Júpiter é produzido por um efeito óptico chamado luminescência atmosférica, visível frequentemente em condições atmosféricas extremamente secas, como é o caso do Paranal, situado no deserto chileno do Atacama. Capturadas no meio da “chaminé que sobe como fumaça” da Via Láctea, à direita, temos as Nebulosas Gum, Carina e Saco de Carvão. As duas Nuvens de Magalhães podem também ser vistas como duas manchas brilhantes do lado direito da imagem.
Como citar esta notícia científica: ESO. Saense. https://saense.com.br/2019/05/os-pilares-gemeos-da-via-lactea/. Publicado em 07 de maio (2019).