UFPR
04/05/2020

O guaco é uma planta nativa do Brasil comum na mata-atlântica – foto: Wanderlei do Amaral (Laboratório de Tecnologia Química)

Por Aline Gonçalves (Secom/Litoral)

O artigo é fruto da parceria de pesquisa com os professores Henrique Coutinho da Universidade Regional do Cariri (URCA – Ceará) e José Maria Barbosa-Filho da Universidade Federal da Paraíba (UFPB). Ambos pesquisadores de renome na área de produtos naturais. “Coube ao nosso grupo de pesquisa (UFPR) a prospecção química da espécie Mikania cordifolia, extração do seu óleo essencial e também a completa elucidação da composição química do componente volátil”, explica o professor e pesquisador Luiz Everson da Silva, docente do curso de Licenciatura em Ciências e do Programa de Pós-graduação em Desenvolvimento Territorial Sustentável, da UFPR Litoral.

A pesquisa avaliou a atividade modulatória do óleo da Mikania cardifolia, e do seu principal constituinte o Limoneno, em combinação com antibióticos. Os resultados indicam que o óleo, bem como seu principal constituinte, quando combinados com os antibióticos gentomicina, penicilina e norfloxacina potencializam o efeito, evitando que doses mais altas dos medicamentos precisem ser empregadas.

“Esses dados sugerem que a atividade moduladora da M. cordifolia é dependente da ação isolada ou sinérgica de outros componentes presentes no óleo. Entretanto, estudos adicionais são necessários para caracterizar as propriedades antibacterianas e antibióticos-moduladores dos diferentes constituintes do óleo essencial obtido desta espécie”, explica Luiz Everson.

O óleo essencial do guaco se mostrou ativo frente cepas resistentes de Pseudomonas aeruginosa, Escherichia coli e Staphylococcus. Estas são Bactérias que estão relacionadas com o sistema gastrointestinal dos seres humanos e animais, infecções oportunistas principalmente em indivíduos imunocomprometidos, portadores de HIV, câncer ou fibrose cística, ou ainda Infecção Relacionada à Assistência à Saúde.  O tratamento é de difícil controle devido ao padrão de resistência aos antimicrobianos.

A Rebiflora foi criada em 2014 e tem como objetivo incrementar a pesquisa em química de produtos naturais, interligando várias áreas de conhecimento no intuito de se promover o fortalecimento da competência científica e formar recursos humanos na região, visando o uso sustentável da biodiversidade vegetal. Nessa perspectiva, são realizados estudos botânicos de bioprospecção e identificação das espécies, atuando nos estudos químicos, agronômicos e farmacológicos das espécies nativas da Floresta Atlântica.  A Rede tem parcerias cientificas, com pesquisadores e instituições nacionais de destaque nas suas áreas de atuação bem como a qualificação desses profissionais para o desenvolvimento do projeto Rebiflora. [1]

[1] Por Aline Gonçalves (Secom/Litoral).

Como citar esta notícia: UFPR. Guaco contribui no combate a bactérias resistentes. Texto de Aline Gonçalves. Saense. https://saense.com.br/2020/05/guaco-contribui-no-combate-a-bacterias-resistentes/. Publicado em 04 de maio (2020).

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