Jornal da USP
10/02/2021
Artigo da Revista Brasileira de Educação Física e Esporte traz um estudo que compara queixas de insônia, humor e qualidade de vida de pacientes com hipertensão arterial que praticam exercícios físicos ou não. O objetivo foi identificar, nos dois grupos, a relação positiva entre qualidade de vida e nível de atividade física e como a falta desta última pode interferir no agravamento dos transtornos de saúde.
O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade Federal de Goiás e contou com 71 participantes (55 mulheres e 16 homens) selecionados nas Unidades de Saúde e Programas de Atendimento aos pacientes com hipertensão arterial, da cidade de Jataí, em Goiás.
Os resultados mostraram que os pacientes com hipertensão arterial, praticantes de exercícios físicos, adquirem mais e melhores benefícios de saúde em geral, como redução da insônia e ansiedade, apresentando maior vitalidade e bom humor, consequentemente melhorando a qualidade de vida.
“A insônia é o distúrbio do sono mais comum em todo o mundo”, afirmam os autores, completando que essa alteração do sono atinge cerca de um terço da população mundial. Quando a insônia é crônica, os prejuízos na qualidade de vida são muitos: cansaço, dificuldades de memória e concentração, sonolência durante o trabalho, causando sérios problemas, tais como doenças cardiovasculares e fator de risco para hipertensão arterial. Alguns estudiosos definem a insônia como “a nova doença cardiovascular” e outros pesquisadores observaram a relação entre a insônia e a incidência de doenças cardiovasculares, “incluindo hipertensão arterial, doença coronariana e insuficiência cardíaca”.
Uma das terapias propostas pela VII Diretrizes Brasileiras de Hipertensão, como tratamentos complementares aos medicamentos, é a prática regular de exercícios físicos, que melhora a função imunológica e reduz a pressão arterial. A pesquisa se valeu de alguns procedimentos de medição para comprovar seu objetivo, tais como: Índice de Massa Corporal – IMC; Medida da Pressão Arterial (PA); Índice de Gravidade de Insônia – IGI; e O Perfil de Humor; Pesquisa em Saúde; Nível de Atividade Física Habitual e Análise de dados. As averiguações demonstraram que, quanto à qualidade de vida, os grupos fisicamente ativos obtiveram mais resultados positivos, como melhor qualidade de vida, do que os grupos fisicamente não ativos.
Dessa forma, o artigo destaca a relação benéfica entre o nível de atividade física e a qualidade de vida, com a melhora significativa do sono, do humor e da pressão arterial.
A atividade física atua como ansiolítico e antidepressivo, pois quando se controla a ansiedade, a insônia e a depressão diminuem consideravelmente. A investigação mostra que “quanto mais graves foram as queixas de insônia, piores estavam os índices de depressão e tensão e ansiedade dos participantes”, além de a falta de sono estar relacionada com os níveis de “raiva, hostilidade, fadiga, confusão mental e distúrbio total de humor”. Há estudos comprovando os benefícios dos exercícios aeróbicos, por exemplo, no sistema cardiovascular, reduzindo a pressão arterial.
No entanto, os pesquisadores ressaltam que, pela investigação aqui relatada, não se pode deduzir que “o exercício físico foi responsável pelos benefícios descritos neste estudo, somente podemos assumir que os fisicamente ativos diferenciaram-se dos inativos”, e também não houve intenção de controlar e interferir nos medicamentos indicados para a pressão arterial. [1]
[1] Texto de Margareth Artur.
Como citar este texto: Jornal da USP. Estudo destaca a relação benéfica entre nível de atividade física e qualidade de vida. Texto de Margareth Artur. Saense. https://saense.com.br/2021/02/estudo-destaca-a-relacao-benefica-entre-nivel-de-atividade-fisica-e-qualidade-de-vida/. Publicado em 10 de fevereiro (2021).