Claudio Macedo
02/08/2016
Partindo da ideia que tempo e dinheiro são os dois recursos escassos que as pessoas acreditam que lhes trariam maior felicidade, pesquisadores norte-americanos realizaram um estudo com milhares de adultos de todas as classes sociais dos EUA buscando resposta a duas questões básicas: “Será que as pessoas preferem ter mais dinheiro ou mais tempo?” e “Como a preferência entre dinheiro e tempo se refere à felicidade?”.
Os dados da pesquisa mostraram que a maioria das pessoas avaliadas (64%) respondeu que prefere mais dinheiro. Contudo, aqueles que indicaram preferir mais tempo se declararam mais felizes.
Em termos gerais, os participantes da pesquisa relataram se eles queriam mais dinheiro ou mais tempo indicando a intensidade da preferência numa escala numerada. A avaliação do nível de felicidade foi feita com indicações separadas, também em escalas numeradas, dos graus de felicidade (subjetiva) e de satisfação com a vida. Para controlar a quantidade de recursos que cada indivíduo já possuía, os participantes indicaram a quantidade de tempo e dinheiro que eles tinham disponíveis em duas formas distintas. Na primeira, eles indicaram quanto tempo e dinheiro eles sentiam ter, de forma subjetiva, numa escala numerada. Na segunda, eles indicaram o número de horas semanais de trabalho e a renda anual familiar utilizando uma escala padronizada.
O detalhamento da pesquisa permitiu constatar que, independente da pessoa ter mais dinheiro ou mais tempo em sua vida, a mentalidade de valorizar mais o tempo torna a pessoa mais feliz. Por outro lado, o estudo não investigou os aspectos relacionados a limites de renda que podem impedir que pessoas desejem ter mais tempo em vez de ter mais dinheiro. É muito provável que pessoas muito pobres, que diariamente lutam pela sobrevivência, se sintam mais felizes obtendo mais recursos financeiros do que mais tempo disponível. Com essa ressalva em mente, a pesquisa efetivamente nos leva concluir que se a pessoa possui os recursos que garantem uma vida digna, deve considerar que para ser mais feliz é melhor conseguir ter mais tempo do que ter mais dinheiro. [3]
[1] Crédito da imagem: geralt (Pixabay) / Creative Commons CC0. URL: https://pixabay.com/en/head-human-silhouette-think-money-427691/.
[2] HE Hershfield et al. People Who Choose Time Over Money Are Happier. Social Psychological and Personality Science 7, 697 (2016).
[3] Artigo relacionado: Encontrando a felicidade em alimentos.
Como citar este artigo: Claudio Macedo. O tempo que traz felicidade. Saense. URL: http://www.saense.com.br/2016/08/o-tempo-que-traz-felicidade/. Publicado em 02 de agosto (2016).
Magnífico seu texto, me faz lembrar daquele trecho do filme A LISTA DE SCHINDLER”, onde praticamente no final do filme o Oskar Schindler esta fugindo com a esposa com um carro, e as pessoas que por ele foram salvas, lhe dão uma aliança, com um inscrição, “Quem salva uma vida, salva o mundo inteiro” e o arrependimento que ele teve ao não conseguir salvar mais pessoas.
Claro que este comportamento esta ligado ao caráter e a forma de pensar de cada pessoa, sua índole e sua postura frente a sociedade, mas vemos que é muito comum pessoas dar valor a pequenas coisas no final da vida, e mesmo agora escrevendo a este texto, sei que algumas coisas que hoje não tem muito valor, sei que no futuro terão um valor inestimável, e que não conseguirei obter…
O que não conseguimos criar ainda, é uma forma de explicarmos para nós mesmo que isso é importante hoje… e o que não é importante de fato no futuro… mas acho que isso faz parte do aprendizado, e este aprendizado tem seu tempo de depuração.
Muito bom seu comentário Fernando.
Obrigado pela participação,
Cláudio.
Excelente Matéria Claúdio. Parabéns.
Obrigado Márcio.