Renata Silva-Mann
29/04/2017
Ao longo do ciclo menstrual, o endométrio muda sua composição, tornando-se mais espesso e rico em vasos sanguíneos em preparação para a gravidez, mas se a mulher não concebe, o útero verte este tecido, resultando no período menstrual.
Os pesquisadores conseguiram cultivar os organoides a partir de células derivadas do tecido endometrial e mantê-los por vários meses, reproduzindo fielmente a assinatura genética do endométrio, ou seja, o padrão de atividade dos genes no revestimento do útero. Também demonstraram que os organoides respondem aos hormônios sexuais femininos e aos sinais de gravidez precoce, e que secretam o que são coletivamente conhecidas como proteínas do “leite uterino” que nutrem o embrião durante os primeiros meses de gravidez [2].
Há evidências crescentes de que as complicações da gravidez, como o crescimento restrito do feto, a morte fetal e a pré-eclâmpsia – que aparecem mais tarde na gravidez – têm suas origens na fase, quando a placenta começa a se desenvolver.
A técnica também permite o cultivo de organoides de células de câncer endometrial. Tal técnica permitirá modelar e compreender doenças do endométrio, incluindo câncer de útero e endometriose.
[1] Crédito da imagem: heblo (Pixabay) / Creative Commons CC0. URL: https://pixabay.com/pt/fertiliza%C3%A7%C3%A3o-anatomia-m%C3%A9dica-1132253/.
[2] MY Turco et al. Long-term, hormone-responsive organoid cultures of human endometrium in a chemically defined medium. Nature Cell Biology 10.1038/ncb3516 (2017).
Como citar este artigo: Renata Silva-Mann. Organoides auxiliam na compreensão da endometriose. Saense. URL: http://www.saense.com.br/2017/04/organoides-auxiliam-na-compreensao-da-endometriose/. Publicado em 29 de abril (2017).
