Claudio Macedo
23/05/2017

Idoso em atividade aeróbica. [1]
Painel canadense de pesquisadores e especialistas em doença de Alzheimer promoveu uma revisão dos dados dos artigos científicos publicados nos últimos anos que trataram sobre o impacto da atividade física em pessoas com Alzheimer. O grupo concluiu que a atividade física regular melhora as atividades da vida diária e a mobilidade de idosos com Alzheimer e pode melhorar a cognição geral e equilíbrio. Também foi constatado que os idosos não diagnosticados com Alzheimer que são fisicamente ativos, foram significativamente menos propensos a desenvolver a doença em comparação com as pessoas que estavam inativas [2].

O trabalho fundamentou-se numa análise detalhada de cerca de 150 artigos publicados em periódicos científicos de alto conceito acadêmico. Alguns dos textos exploraram como a atividade física melhora a qualidade de vida do paciente e os outros examinaram o risco de desenvolver Alzheimer com base na quantidade de atividade física em que um indivíduo participou.

Em termos práticos, o painel culminou com uma declaração para a comunidade: “Depois de avaliar todas as pesquisas disponíveis, nosso painel concorda que a atividade física é uma intervenção prática, econômica e acessível para a prevenção e gestão da doença de Alzheimer e outras demências”.

Os autores do trabalho destacam que a doença de Alzheimer é a forma mais comum de demência, caracterizada por neurodegeneração progressiva que resulta em comprometimento cognitivo grave, comprometimento da capacidade física e perda de independência. O número de casos mundiais da doença de Alzheimer deverá aumentar de 30,8 milhões em 2010 para mais de 106 milhões em 2050. Em 2050, prevê-se que 1 em cada 85 adultos em todo o mundo estará vivendo com a doença.

O resultado do painel é da mais alta relevância, pois, a partir de fortes evidências científicas, promove junto à comunidade algo bastante acessível contra essa terrível doença: a atividade física.

O que falta agora é os pesquisadores identificarem o nível adequado de atividade física necessário para alcançar os benefícios contra a doença de Alzheimer. As diretrizes oficiais sobre os benefícios da atividade física só estão estabelecidas para outras doenças. A Organização Mundial da Saúde recomenda, por exemplo, que os adultos de 18 a 64 anos realizem pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica de intensidade moderada ao longo da semana, a fim de alcançar a aptidão cardiorrespiratória e muscular, a saúde óssea e reduzir o risco de doenças não transmissíveis e depressão. [3]

[1] Crédito da imagem: zoografi (Pixabay) / Creative Commons CC0. URL: https://pixabay.com/en/pedestrian-pathway-running-greens-653729/.

[2] KAM Ginis et al. Formulation of evidence-based messages to promote the use of physical activity to prevent and manage Alzheimer’s disease. BMC Public Health 10.1186/s12889-017-4090-5 (2017).

[3] Artigos relacionados: As quatro características de estilo de vida saudável, Freando a doença de Alzheimer com radioterapia, Nova ferramenta para monitorar a doença de Alzheimer, Combatentes do “crime” no cérebro viram vilões no mal de Alzheimer.

Como citar este artigo: Claudio Macedo. Atividade física contra a doença de Alzheimer. Saense. URL: http://www.saense.com.br/2017/05/atividade-fisica-contra-a-doenca-de-alzheimer/. Publicado em 23 de maio (2017).

Artigos de Claudio Macedo     Home