Portal de Periódicos da CAPES
23/04/2018

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É senso comum que fatores externos, como poluição atmosférica e radiação ultravioleta, levam a sinais visíveis de envelhecimento da pele. Um estudo recém-publicado pela revista científica Journal of The American Academy of Dermatology (JAAD) levantou uma nova possibilidade: a expressão de determinados genes pode ser responsável pela saúde e aparência mais jovem da epiderme.

A pesquisa Age-induced and photoinduced changes in gene expression profiles in facial skin of Caucasian females across 6 decades of age – disponível em texto completo para usuários do Portal de Periódicos da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) – sugere que o estímulo dessas expressões gênicas pode ser uma estratégia viável para retardar o envelhecimento da pele. Com isso, os atuais tratamentos com cremes, loções, injeções e cirurgias se tornariam obsoletos.

De acordo com Alexa Kimbal, líder da equipe de pesquisa, “não são apenas os genes com os quais você nasceu, mas os quais ativam e desativam ao longo do tempo”. “Encontramos uma ampla gama de processos na pele afetada pelo envelhecimento e descobrimos padrões específicos de expressão genética em mulheres que aparecem mais jovens do que sua idade cronológica”, disse a cientista em entrevista ao Science Daily.

Para produzir um modelo abrangente, Kimball e seus colegas coletaram e integraram dados em níveis moleculares e celulares, além do próprio tecido da pele exposta ao sol (face e antebraço) e da pele protegida pelo sol (nádegas) de 158 mulheres brancas entre 20 e 74 anos. Como parte do estudo, a equipe procurou padrões de expressão gênica comuns em mulheres com aparência mais jovens.

A aparência física da pele facial foi capturada por meio de imagens e análises digitais. As amostras de pele foram processadas para análise e as amostras de saliva foram coletadas para genotipagem. As análises revelaram mudanças progressivas relacionadas a estresse oxidativo, metabolismo energético, senescência e barreira da pele, sendo que tais alterações foram aceleradas em mulheres a partir dos 60 anos.

“Ficamos particularmente surpresos com a identificação de algumas mulheres que não só exibiram uma aparência de pele muito mais jovem do que seria esperado com base em sua idade cronológica, mas que também apresentaram um perfil específico de expressão gênica imitando a biologia de uma pele muito mais jovem. A conclusão é que a pele parece mais jovem porque se comporta dessa forma”, observou Kimball. “Ampliar a compreensão de quais escolhas e fatores levam a esse perfil específico provavelmente será de grande interesse ao longo dos tempos”.

[1] Crédito da imagem: Martina Rathgens (Flickr) / Creative Commons (CC BY 2.0). https://www.flickr.com/photos/riviera2008/3733220798.

[2] Esta notícia científica foi escrita por Alice Oliveira dos Santos.

Como citar esta notícia científica: Portal de Periódicos da CAPES. Expressões genéticas podem ser a chave para aparência mais jovem da pele. Texto de Alice Oliveira dos Santos. Saense. http://www.saense.com.br/2018/04/expressoes-geneticas-podem-ser-a-chave-para-aparencia-mais-jovem-da-pele/. Publicado em 23 de abril (2018).

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