Marco Túlio Chella
22/05/2018
Uma característica desejável para um dispositivo IoT, por exemplo, um sensor que monitora condições de vazamento de água em uma residência, é que ele tenha pequenas dimensões, de forma que não seja invasivo em relação ao espaço físico ocupado pela estrutura e pessoas. Esse sensor, na maioria do tempo, vai operar de forma autônoma, apenas gerando um alerta quando alguma situação anormal ocorrer. Eventualmente, um aplicativo ou serviço na nuvem possibilita a interação com o usuário, seja para manutenção e configuração ou para obter um histórico de dados. Com o potencial de crescimento desses dispositivos é de se esperar para breve que uma residência possua centenas de dispositivos, todos eles gerando uma grande quantidade de dados e, em alguns casos, com alguma interação com o usuário, como no caso do acionamento de um eletrodoméstico ou equipamento de entretenimento. Atualmente essa interação ocorre por meio de aplicativos em smartphones com uma interface tradicional com botões e caixas para visualização. Quando se tem poucos dispositivos, a curva de aprendizado e compreensão por parte dos usuários das interações é administrável, isso talvez não seja aplicável em um ambiente com centenas e, se ampliarmos para espaços maiores, milhares de dispositivos.
Uma tecnologia emergente que pode contribuir para o desenvolvimento de interfaces amigáveis e intuitivas é a realidade aumentada, também conhecida por realidade misturada. De forma resumida, aplicações com realidade aumentada utilizam vídeo em tempo real combinado com uma camada de imagens gerada por computador. Uma das primeiras aplicações de sucesso e com grande alcance foi na área de entretenimento com o jogo Pokémon Go, em que o cenário é o mundo real combinado com objetos gráficos em 3D posicionados no espaço pelos recursos de geolocalização dos smartphones.
Uma aplicação típica de realidade aumentada em um smartphone, utiliza a câmera e executa uma aplicação com recursos de visão computacional para identificar elementos no ambiente e projetar uma camada de imagens no vídeo. Essa camada de imagens pode apresentar informações relativas ao objeto identificado; outro recurso, é a possibilidade de criar botões virtuais, isto é, elementos gráficos na tela que ao serem tocados enviam dados para atuação no dispositivo. Para um exemplo didático, podemos imaginar um aplicativo no smartphone que ao apontar para uma cafeteira cria uma camada gráfica na tela que exibe informações como status e botões virtuais para acionar as várias funções.
Em um ambiente industrial a combinação de IoT e realidade aumentada encontra aplicações em manutenção preditiva, permitindo ao usuário visualizar em tempo real uma camada que exibe o estado de vários componentes e, se for necessário algum tipo de reparo, orientações podem ser apresentadas com a sequência necessária a execução da tarefa.
Com o crescimento exponencial de dispositivos conectados, aumento na quantidade de dados gerados e contextos disponíveis com localização, se faz necessário combinar, processar e gerar informação útil e acessível para o usuário. A tecnologia de realidade aumentada se apresenta como tecnologia com potencial para atender essas demandas.
[1] Crédito da Imagem: Brother UK (Flickr) / Creative Commons (CC BY 2.0). https://www.flickr.com/photos/brother-uk/31501281374/in/photostream/.
Como citar este artigo: Marco Túlio Chella. IoTAR – A convergência da Internet das coisas com realidade aumentada. Saense. http://saense.com.br/2018/05/iotar-a-convergencia-da-internet-das-coisas-com-realidade-aumentada/. Publicado em 22 de maio (2018).