Embrapa
14/05/2021

Trabalho desenvolvido na Embrapa Meio Ambiente, de acordo com as normas propostas pelo Conselho Nacional de Experimentação Animal, determinou a concentração letal e sub letal do triclorfon, pesticida organofosforado muito utilizado na aquicultura para o controle de ectoparasitos de peixes e inibidor da enzima acetilcolinesterase – AchE, essencial para os impulsos nervosos. O uso deste produto em altas concentrações pode gerar riscos ao meio ambiente, à saúde humana e animal.
“De acordo com o ensaio CL50, que é um ensaio que fazemos para determinar a concentração letal que mata 50% da minha população de animais e estabelece uma concentração máxima (dose letal), o valor foi de 6.38 mg/L. É por meio desse teste que podemos determinar concentrações subletais (que não matam), porém podem causar danos irreversíveis aos animais”, explica o doutorando Giovanni Ferri, da Unicamp.
Existem vários estudos com peixes de produção comercial, no entanto, há lacunas para peixes nativos, como a tuvira, muito usado na pesca esportiva, que também apresenta características biológicas favoráveis como espécie de peixe bioindicadora de qualidade ambiental.
Conforme Ferri, esta sensibilidade aguda ao triclorfon foi demonstrada por meio da inativação da proteína em concentrações abaixo da letalidade. Além disso, foi constatado também que as tuviras possuem uma sensibilidade maior do que a tilápia-do-Nilo, principal espécie produzida no Brasil, assim como em relação às demais espécies, já avaliadas em ambiente controlado, como por exemplo, a carpa comum.
Segundo a pesquisadora Márcia Ishikawa, da Embrapa Meio Ambiente, estes dados contribuem para o desenvolvimento de ferramentas para auxiliar no monitoramento da saúde dos peixes e do ambiente em uma piscicultura. Esses cálculos dos valores dos parâmetros de toxicidade auxiliam na estimativa dos limites máximos permitidos em recursos hídricos e também expandem a base de dados sobre efeitos tóxicos de agentes químicos em organismos aquáticos.
O artigo completo, de Giovanni Henrique Ferri, doutorando da Unicamp, Israel Cardoso, doutorando da Universidade Federal de São Carlos, Juliana Augusta Gil, mestranda da Unicamp, Claudio Jonsson, Embrapa Meio Ambiente, Francisco Tadeu Rantin, Universidade Federal de São Carlos e Márcia Mayumi Ishikawa, da Embrapa Meio Ambiente, foi publicado em Braz J Vet Res Anim Sci. [1]
[1] Texto de Cristina Tordin.
Como citar este texto: Embrapa. Estudo determina concentração letal e subletal de defensivo para tuviras. Texto de Cristina Tordin. Saense. https://saense.com.br/2021/05/estudo-determina-concentracao-letal-e-subletal-de-defensivo-para-tuviras/. Publicado em 14 de maio (2021).