CCS/CAPES
02/02/2023

Brasileiros passam mais tempo usando telas no lazer
Pollyana Costa Cardoso (Foto: Arquivo pessoal)

Uma pesquisa realizada pelo programa de pós-graduação em Saúde Pública da Faculdade de Medicina da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), publicada no American Journal of Health Promotion, em 17 de janeiro, mostra que brasileiro está ficando cada vez mais sedentário e sofre de doenças associadas à inatividade. O problema é causado pelo uso prolongado das telas de celular, computador e tablet, durante o período de lazer.  

O estudo, financiado pela CAPES, pelo Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e pelo Ministério da Saúde, foi realizado entre 2016 e 2021. Foram entrevistadas 265 mil pessoas com 18 anos ou mais, residentes em todas as capitais do país e no Distrito Federal. Os resultados apontaram para um aumento do tempo de uso de telas no lazer. Enquanto o período médio gasto assistindo TV manteve-se estável, o tempo de celular, computador ou tablet (CCT), passou de 1,7 para duas horas/dia. Outra descoberta foi o aumento da frequência de adultos gastando três ou mais horas por dia em CCT. Considerado tempo prolongado, este índice passou de 19,9%, em 2016, para 25,5%, em 2021.

Pollyanna Costa Cardoso,  professora do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e autora principal do artigo científico resultante da pesquisa, alerta sobre as consequências  associadas ao comportamento sedentário: enfermidades cardiovasculares e diabetes tipo 2. “Ainda que não exista uma recomendação ou diretriz global de quanto seria um tempo excessivo de comportamento sedentário, já há evidências científicas que apontam que o uso da tela no lazer, acima de três horas diárias, tem uma repercussão negativa sobre a saúde dos adultos, aumentando o risco de doenças crônicas e de mortes por todas as causas”, comenta.

A pesquisa constatou, ainda, que o aumento do tempo foi relevante em todos os grupos sociodemográficos e que o uso prolongado dessas telas foi mais intenso entre os adultos jovens (18 a 34 anos), mulheres e crianças de nove a 11 anos de idade. A sequência do trabalho, orientado pelo professor Rafael Moreira Claro, prevê a análise do impacto da pandemia de COVID-19 nos indicadores de tempo de telas no lazer no País e previsões até 2025. [1]

[1] Redação CGCOM/CAPES

Como citar este texto: CCS/CAPES. Brasileiros passam mais tempo usando telas no lazer. Saense. https://saense.com.br/2023/02/brasileiros-passam-mais-tempo-usando-telas-no-lazer/. Publicado em 02 de fevereiro (2023).

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